segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sete membros de minoria religiosa no Irã poderão ser executados


10 de Julho de 2009
Sete membros da Baha'i, minoria religiosa do Irã, poderão enfrentar a pena de morte se forem condenados no sábado.

Os sete serão julgados na 28ª Vara do Tribunal Revolucionário de Teerã onde poderão ser condenados por "mofsed fil arz" (corrupção), "espionagem para Israel", "insulto a santuários religiosos" e "propaganda contra o sistema.”

A Anistia Internacional pediu às autoridades iranianas a libertação dos sete membros da minoria Baha'i, pois a organização considera-os prisioneiros de consciência.

Os acusados foram presos em março e maio de 2008. Seus familiares foram informados em maio de 2009 de que agora enfrentarão a acusação adicional de "mofsed fil arz", o que pode levar a pena de morte. Seus advogados foram impedidos de visitá-los desde que foram presos, embora tenham sido autorizadas visitas familiares.

Os detidos são membros do grupo responsável pela comunidade religiosa Baha'i que ministra suas atividades no Irã. Eles estão detidos na Seção 209 da Prisão Evin, que é gerida pelo Ministério da Inteligência.

Policiais do Ministério de Inteligência prenderam seis dos líderes do grupo - Fariba Kamalabadi Taefi, Jamaloddin Khanjani, Afif Naeimi, Saeid Rezaie, Behrouz Tavakkoli e Vahid Tizfahm - após invadirem suas casas no dia 14 de Maio de 2008.

Uma sétima pessoa, agindo como secretário do grupo, Mahvash Sabet, foi detido no dia 5 de Março de 2008. Fariba Kamalabadi Taefi, Behrouz Tavakkoli e Jamaloddin Khanjani já tinham sido presos anteriormente por suas atividades em nome da comunidade Baha'i.

A fé Baha'i foi fundada cerca de 150 anos atrás no Irã e vem se disseminando por todo o mundo. Desde a criação da República Islâmica do Irã, em 1979, a comunidade Baha'i tem sido sistematicamente hostilizada e perseguida.

Existem mais de 300.000 Baha'is no Irã, mas a sua religião não é reconhecida no âmbito da Constituição iraniana, que apenas reconhece o Islã, Cristianismo, Judaísmo e Zoroastrianismo. Os Baha'is no Irã estão sujeitos a leis e regulamentos discriminatórios, que violam seu direito de praticar sua religião livremente.

As autoridades iranianas também negam aos Baha’is igualdade de direitos à educação, ao trabalho e a um padrão de vida decente, restringindo o seu acesso ao emprego e benefícios como pensões. Eles não estão autorizados a reunir-se, a realizar cerimônias religiosas ou praticar sua religião comunalmente. Desde que o Presidente Ahmadinejad foi eleito em 2005, dezenas de bahais foram presos.

Os membros da comunidade Baha'i no Irã professam respeito ao estado e negam que estejam envolvidos em quaisquer atos subversivos contra o governo, que dizem que seria contra a sua religião. A Comunidade Internacional Baha'i acredita que as acusações de espionagem para Israel, que ao longo dos anos têm sido feitas contra a comunidade no Irã, resultam apenas do fato da Sede Mundial Bahá'i estar em Israel.

A organização também exortou as autoridades iranianas a retirar as acusações contra os sete, para garantir-lhes proteção contra a tortura e outros maus-tratos e para garantir-lhes também visitas regulares por parte de familiares, advogados escolhidos por eles mesmos e eventual tratamento médico necessário.

Fonte: Anistia Internacional http://www.amnesty.org/en/news-and-updates/news/seven-religious-minority-members-face-execution-in-iran-20090710

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