por Harvey Wasserman
30 de julho de 2009
Para uma enorme e crescente comunidade global de adeptos, a perspectiva do nativo americano ativista Leonard Peltier finalmente deixar prisão inspira um sentimento que corta a alma.
Será a primeira audição no governo Obama, na terça-feira, 28 de julho. E inspira uma intensa esperança. Terá um impacto importante sobre o novo governo. A decisão tem de vir do "Federal Parole Commission" no prazo de três semanas. Seu advogado está chamando para um aumento do apoio público que iria criar um irresistível clima político para a libertação de Leonard.
A relação entre Peltier e aqueles que têm seguido o seu caso durante décadas chega a ser intensamente pessoal. Sua prisão marcou não apenas cinco séculos de injusta violência travada contra os Nativos Americanos, mas também o roubo desumano da vida de um homem que enfrentou 33 anos de prisão com épica dignidade, eficácia e graça.
A última audiência de Peltier foi na penitenciária federal de Lewisburg, Pensilvânia, onde se encontra atualmente detido. De acordo com seu advogado, Eric Seitz, Peltier falou por mais de uma hora "com grande eloquência" sobre a natureza do seu caso, sua prisão e seus planos para quando estiver livre. "O auditor parecia escutar atentamente", disse Seitz. "Acho que tudo correu muito bem."
A decisão sobre a liberdade condicional de Peltier será tomada por quatro membros da "Federal Parole Commission" (http://www.usdoj.gov/uspc/) sediada em Chevy Chase, Maryland.
Os comissários Isaac Fulwood, Jr., Cranston Mitchell, Edward Reilly e Patricia Cushware foram todos nomeados por Bush. Um vaga está livre; Fulwood foi elevado a presidente da banca, em maio, pelo Presidente Obama.
De acordo com Seitz, a audiência foi gravada por um funcionário encarregado de relatá-la aos comissários no prazo de 48 horas. Os comissários são obrigados a decidir no prazo de 21 dias --- 18 de agosto. Caso decidam a seu favor, Peltier poderá sair da prisão imediatamente.
Caso os comissários rejeitem o seu pedido, Seitz disse que caberia recurso ao tribunal federal distrital em Harrisburg. O resultado seria disponibilizado para Peltier e para o público.
Seitz disse que falou cerca de 20 minutos sobre a legalidade do processo. Ele disse que Peter Mattheissen, autor de "IN THE SPIRIT OF CRAZY HORSE, explicou os incidentes da década de 1970 que levaram Peltier a ser acusado de assassinar dois agentes do FBI. "Crazy Horse" narra as origens do processo e o clima de violência e repressão imposta à comunidade indígena no momento do assassinato. Seitz disse que Mattheissen destacou as "muitas razões para ter dúvidas sobre o bom desempenho e equidade do sistema no caso de Leonard."
Mattheissen foi acompanhado por Dr.Thomas Fassett da Igreja Metodista Unida, que testemunhou, disse Seitz, "o impacto negativo desses 33 anos de prisão de Peltier em todo o mundo e da perspectiva de como o governo dos E.U. trata a sua população nativa. O caso de Leonard é visto tanto nacionalmente como internacionalmente como um grande embaraço ... como uma grosseira injustiça ... um ponto negro".
O depoimento foi acompanhado por milhares de cartas, incluindo a do Sul Africano Bispo Desmond Tutu, do Senator Daniel Inouye (D-HI), e do ator Robert Redford, cujo filme "INCIDENT AT OGALALA" é o documentário definitivo.
Cynthia Maleterre do Turtle Island Clan descreveu como Peltier poderia satisfazer os requisitos da liberdade condicional em sua casa a comunidade em Dakota do Norte. De volta à sua terra em Chippewa-Dakota, Maleterre explicou que Peltier teria habitação e trabalho ao lado de sua família, inclusive bisnetos que ele nunca viu.
Seitz disse que os depoimentos contra Peltier vieram de um representante do FBI, enviado pelo diretor Robert Mueller, nomeado por Bush, e do ex-diretor do Minnesota Bureau. Dois filhos de Jack Coler, agente do FBI morto, também argumentaram contra a libertação de Peltier, como também fez um ex-agente chamado Ed Woods.
Seitz disse que todos eles pedem que Peltier passe o resto de seus dias na prisão, e que não merece um novo julgamento.
Mas Seitz foi "cautelosamente otimista" sobre uma decisão favorável da justiça. Ele disse que um "bom relacionamento" tinha sido estabelecido com o auditor, e que o novo presidente da comissão é geralmente tido "em grande estima."
O Presidente Barack Obama tem o poder de conceder clemência, mas Seitz disse que isso só é aplicável somente quando todas as outras vias tiverem sido esgotadas.
Seitz disse que cartas à "Parole Commission", aos jornais locais, apelos aos Representantes do Congresso (202-224-3121), palestras e outras formas de pressão pública agora são da maior importância. A esperança, diz ele, reside na criação de uma "opinião pública favorável à libertação".
Como Leonard Peltier chega perto dos seus 65 anos --- com metade de sua vida na prisão --- cada dia agora é crucial para tirar esse fardo de nossa alma coletiva.
fonte:http://www.freepress.org/columns/display/7/2009/1759
Para mais informações vá para http://www.leonardpeltier.net.
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Um comentário:
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