quarta-feira, 1 de julho de 2009

Resenha Verde #15 (1 de julho)

Sou NiteOwl AKA Josh Shahryar - twitter.com/iran_translator no twitter - e estou imerso nos tweets do Irã durante várias horas. Procurei ser extremamente cuidadosos na escolha de minhas fontes no twitter. O texto compilado abaixo é o que eu posso confirmar através das minhas fontes confiáveis no twitter. Não utilizei nenhuma mídia. (Todo meu trabalho está liberado sob Creative Commons (CC). Você pode usá-lo livremente e repostá-lo sempre que quiser. Basta fornecer um link para a fonte original, na parte inferior.)

A seguir os fatos mais relevantes que posso positivamente confirmar. Irã, quarta-feira, 1 de julho de 2009.

In English: http://tiny.cc/CSdUl


In Spanish: http://tinyurl.com/l7mg48

In French: http://tinyurl.com/l5cmtl

In Dutch: http://tinyurl.com/nhl854

In Russian: http://tinyurl.com/lgs9r9

In Italian: http://tinyurl.com/loqauv

In Greek: http://tinyurl.com/lx6xh2

In Hebrew (Summary): http://tinyurl.com/kp22p4

In Portuguese: http://tiny.cc/WBLCD


Protestos

1. Houve relatos não confirmados de um protesto hoje em Teerã, e de confrontos em Rasht que foram parcialmente confirmados. Choques irromperam quando a polícia tentou dispersar pessoas que prestavam homenagem a manifestantes mortos. Um médico e duas enfermeiras foram seriamente espancados no Hospital Loghman em Teerã depois de tentarem impedir que elementos das forças de segurança capturassem um manifestante ferido sob seus cuidados. Uma fonte tweet conversou hoje com um Basiji em Teerã. Segundo a fonte, o Basiji alegou trabalhar para o Islã, mas esperava não ser novamente forçado a reprimir protestos.

2. Protestos estão sendo planejados para amanhã - mas nenhum deles foi ainda plenamente confirmado. Algumas mulheres iranianas que formaram um pré-grupo chamado Mães em Luto anunciaram uma reunião no sábado no Parque Laleh para homenagear seus mortos. Relatos vindos de Teerã sugerem que as lojas estão fechando mais cedo do que o normal. Diversas fontes afirmam que a cidade está em um oficioso e virtual toque de recolher.


Declarações políticas

3. Mousavi divulgou hoje sua 9ª declaração desde as eleições. Ele disse que, "nenhuma oportunidade para esclarecer o alcance desta mentira histórica e suas repercussões deverá ser perdida e que fraudes e mentiras se escondem por detrás da lei para impor as suas intenções." Acrescentando que era sua e de "todos os iranianos revolucionários a responsabilidade de não deixar que o sangue de milhares de mártires tenha sido derramado em vão". Disse também: "É nossa missão histórica continuar nosso protesto e não abandonar a causa de reconquistar os direitos das pessoas. "Ele questionou a legitimidade do governo e disse já não mais acreditar na legitimidade do governo -- um sentimento já reconhecido pela maioria dos iranianos. Ele apelou à cúpula do governo para ajudar a expor a fraude eleitoral disponibilizando provas e documentos atualmente em sua posse.

4. Khatami criticou o governo em um tom novo, mais duro, sugerindo despreso. Ele chamou as eleições de "golpe de Estado contra a democracia." E perguntou, "Como pode o povo iraniano se acalmar quando os seus votos foram roubados? Quando seu sangue foi e está sendo vertido? Quando ele é arrastado e preso em massa? Quando o governo e os meios de comunicação o ignora de forma gritante? E perguntou: "Como uma reconciliação nacional pode ser mesmo remotamente possível em um país que está se transformando em um estado policial?" Ele relatou que o que está acontecendo agora no Irã "é uma violação direta dos direitos do povo que são garantidos pela Constituição". Ele acusou a mídia de tentar provocar mais agitação e violência e denunciou o governos de tentativa de censura. Ele advertiu que o regime estava fadado ao fracasso se continuasse agindo assim.

5. Khatami mais tarde se reuniu com várias famílias de entes queridos presos nas últimas duas semanas de violência. Ele mais uma vez pediu a libertação de pessoas detidas por causa dos protestos, inclusive todos os políticos e jornalistas. Ele atacou o Ministério do Interior por professar "desconhecimento" sobre o destino de muitos dos detidos.

6. Foi divulgado um vídeo do Aiatolá Hadi Ghaffari, outro proeminente clérigo xiita, no qual ele acusa diretamente Khamenei de pecar contra o povo ordenando prisões e mortes. Este é o segundo alto clérigo em dois dias, a fazer duras críticas ao governo. Aiatolá Taheri, o antigo imã de Isfahan, que dirige as orações de sexta na mesquita, criticou ontem as ações do governo.


Governo

7. Mahmoud Ahmadinejad, segundo a imprensa, disse hoje haver tanta verdade na fraude eleitoral no Irã como no Holocausto. (Ahmadinejad nega o Holocausto). Ahmadinejad teria cancelado sua visita à Líbia para participar de uma cimeira Africana ainda hoje. Os meios de comunicação informaram que Ahmadinejad estava muito ocupado em seu trabalho e que havia "outras prioridades". Isto surge num momento em que alguns reformistas no estrangeiro secretamente planejam criar um governo tampão no Irã -- conforme relatos não confirmados.

8. A facção Caminho do Imã (um grupo do MP) do parlamento, ligeiramente pró-reforma, pediu às famílias dos detidos para lhes enviar informações documentadas sobre seus familiares presos. Hoje foram presos alguns iranianos notórios, entre os quais, Saeedeh Kordinejad e Zoia Hasani-membros do Partido Mosharekat, Vahid Amoozadeh-Khalili, filho de uma outra personalidade pró-reforma e Omid Mosleh, proeminente crítico cinematográfico. Mosleh foi mais tarde libertado. Mohammad Mostafayee, um proeminente advogado que tinha sido detido dois dias atrás, também foi libertado hoje sob fiança.


Detenções, Libertações e Investigações

9. A prisão de Vahid Amoozadeh-Khalili só pode ser confirmada hoje, embora estivesse ausente por dois dias. Um alto funcionário do Departamento de Polícia confirmou que 1.032 pessoas foram presas desde o início dos protestos. De acordo com fontes independentes, os números são provavelmente muito mais elevados. Houve parcial confirmação da libertação de mais 4 funcionários da Embaixada Britânica. Um ainda permanece sob detenção. O governo alegou anteriormente que alguns dos 9 funcionários detidos eram suspeitos de participar na orquestração das atuais turbulências no Irão. As libertações ocorreram diante da ameaça da UE de retirar tirar todas as suas missões diplomáticas do Irã se os funcionários não fossem libertados.

10. O governo iraniano afirmou que o assassinato de Neda Agha-Soltan não teve qualquer vinculação com com os recente "tumultos". O Chefe da Polícia do Irã anunciou hoje que uma das principais testemunhas oculares da morte de Neda, Arash Hejazi, era procurado pela Interpol por crimes não especificados. O governo tinha alegado que a bala que matou Neda não saiu de nenhuma arma atualmente em uso pelas Forças de Segurança iranianas.

11. Mohmmad Ghouchani, editor-chefe da Etemade Melli, negou a versão publicada pelo jornal Javan segunda a qual teria confessado ter praticado crimes e quebrado a lei na organização de protestos. Ele também rejeitou a alegação da Javan de que teria sido treinado secretamente em um país árabe para realizar táticas de subversão. Ele afirmou que nem mesmo tem passaporte.


Mídia no Irã e Diversos

12. Amanhã o jornal Etemade Melli voltará a circular depois de ter sido proibido por um dia pelo governo por tentar publicar as manifestações de Karoubi ontem. Relatos sugerem que o governo está agora censurando fortemente o jornal Etemade Melli, bem como outros jornais, a fim de impedir que nenhuma dessas declarações sejam publicadas. Um repórter da Press TV de propriedade do governo, também deixou o emprego por perceber imparcialidade do canal no relato dos acontecimentos pós-eleição.

13. Hoje, repórteres que acompanham o governador de província de Fars e o Imam de Shiraz das orações de sexta-feira depararam com quatro urnas eleitorais não abertas na biblioteca principal de Shiraz. Segundo as regras eleitorais, todas as urnas seriam transferidas para Teerã. Segundo relatos, o governador declarou prontamente que o conteúdo das caixas eram "documentos nacionais" e pediu aos repórteres para não relatar o incidente.

(Aqui estão algumas fotos nas quais as urnas aparecem claramente lacradas. A última imagem mostra o Imam votando no dia das eleições, vestindo uma túnica diferente. Não podemos autenticar plenamente as imagens pelo fato das fotos não conterem a data.):
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14. Os cânticos de Alá Akbar continuaram ecoando em Teerã e em outras cidades do Irã ao anoitecer. O jornal inglês Guardian publicou hoje o relato de um amigo de um manifestante que foi preso, espancado e estuprado. A história completa pode ser vista no site do The Guardian: Iran protester was arrested, beaten and raped, friend says | World news | guardian.co.uk [ou aqui, traduzido em português]

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Leia isto se quiser ajudar ou buscar ajuda!

A melhor ajuda que você poderia prestar seria retweetar este link e deixar que as pessoas saibam ais sobre o que está acontecendo no país. Os principais meios de comunicação não transmitem esses relatos, por ser a voz dos iranianos.

O governo do Irã continua aumentando a filtragem na internet numa tentativa de sufocar e silenciar seus cidadãos. Anônimos info no Irã mostra que muitos estão procurando "proxys" e informes "Tor" em Teerã e em todo o país. Por favor, doe sua "bandwidth" para ajudar a derrubar o Bloqueio no Irã. Aqui estão links sobre como ajudar e obter ajuda sobre isso:

Inglês:

http://torir.org

http://torir.brokep.com

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Tor e as eleições iranianas - Fure o bloqueio do Irã | Ian's Brain

Farsi:

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