Qualquer criança que observar um mapa do norte da África notará algo peculiar nas fronteiras entre os países. A impressão que se tem é que os territórios da Argélia, Mauritânia, Mali, Nigéria, Líbia, Egito, Tunísia, Iemen, Sudão, Chade, etc., foram desenhados com o uso de uma régua. O mais estranho é que estes traços contínuos em lina reta não foram delineados pelos povos africanos, mas pelos estados europeus em suas guerras colonialistas e de conquista de territórios.
O poder estatal age sempre dessa forma, desde a macro escala mundial, até a micro escala do município onde moramos. Não importa se o regime é uma ditadura escancarada como a do Egito ou Irã. Não importa se o regime é uma ditadura maquiada por um ou dois dias de eleições a cada conjunto de anos como ocorre no Brasil, Estados Unidos, ou em quase toda parte. O resultado é sempre o mesmo, os traços contínuos em linha reta não são delineados pelo povo mas pelos políticos profissionais em suas guerras por dinheiro, fama e poder.
Embora as antigas colônias africanas tenham conseguido libertar-se em suas guerras de independência, não conseguiram ainda libertar-se dos laços e das influências colonialistas que transformaram quase todo continente negro, apesar de sua imensa riqueza de recursos, na região mais miserável da terra.
As Revoluções em curso na Argélia, Tunísia, Iemen e principalmente no Egito, inauguraram um novo momento político e pela força e pelo apoio popular que vem recebendo por toda parte, promete se alastrar guiçá, além do continente. Já não há mais países europeus lutando entre si e contra os povos africanos pelo controle de colônias. Já não há mais blocos capitalistas ou comunistas lutando entre si e contra os povos africanos pelo controle político, ideológico e econômico. O muro de Berlim caiu e os dois reis, Estados Unidos e Rússia, ficaram nús.
A mensagem que vem das ruas do Cairo e de Alexandria é clara e o recado ao mundo é preciso: Não somos mais colônia européia, e a era de bonecos capitalistas ou comunistas impostos pelos Estados Unidos e pela Rússia acabou.
Esse momento de virada histórica em busca por liberdade e autodeterminação já passou para o outro lado do Mar Vermelho, do Iémem pode contagiar a Arábia Saudita, Iraque, Turquia, Irã, Afeganistão, Paquistão, e até mesmo chegar à superpopulosa ìndia, com seu 1,21 bilhão de habitantes.
Não dá para prever as consequencias de tal tisuname político e econômico para a Europa, Ásia e Américas. Alguns daqueles países detêm os maiores poços de petróleo e consequentemente, uma das maiores concentrações de riqueza no mundo.
A era do colonialismo passou e a luta fraticida entre estados capitalistas e comunistas está com seus dias contados. O poder popular pode finalmente fazer sucumbir o poder do Estado em todos os rincões do planeta.
BBC News - People power builds momentum in Egypt
Philippine People Power in Egypt
Unprecedented show of people power at Egypt's Tahrir Square
Egypt's youth at forefront of 'people power' movement
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