quarta-feira, 17 de junho de 2009

Manifestações anti Ahmadinejad no Irã: Cresce número de mortos e de presos















Membros da força de segurança iraniana, em roupas civis, atiram para dispersar manifestantes da oposição no centro de Teerã, em 14 junho de 2009. (OLIVIER LABAN-MATTEI/AFP/Getty Images) #

17 de junho de 2009

As manifestações contra o Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad contestando sua vitória eleitoral propagam-se por todos os cantos do país. Novos relatos sugerem que cerca de 15 manifestantes foram mortos e que há outras centenas de feridos ou detidos pelas forças de segurança.

Pelo menos dois milhões de pessoas, incluindo os partidários do líder oposicionista Hossein Mousavi, saíram às ruas em Teerã, nesta segunda-feira para protestar contra o resultado da eleição. Multidões novamente retornaram às ruas nessa terça-feira à tarde, apesar das ameaças do governo ameaças de que iria tornar-se mais rigoroso para com os "protestos ilegais".

Conforme anunciado, ocorreram novos protestos contra a reeleição do Presidente Ahmadinejad, recebidos com força excessiva pela polícia e pelas forças de segurança. Além dos sete manifestantes mortos em Teerã, há relatos de mais três mortos em Oroumiye e Shiraz.

Embora a detenção de várias dezenas de ativistas políticos na capital tenha sido largamente noticiada, menos atenção tem sido dedicada à situação nas províncias, vilas e cidades.

Em Tabriz, no noroeste do Irã, 17 ativistas políticos, incluindo médicos e filiados ao Nehzat-e Azadi (Movimento pela Libertação do Irã) há informes de que tenham sido detidos e levados para locais não especificados na segunda-feira à noite depois de terem encenado um protesto pacífico em Abresan Square.

Entre os detidos estava o Doutor Ghaffari Farzadi, líder do Movimento de Libertação do Irã e de um professor da Universidade de Tabriz.

Os estudantes parecem ter sido particularmente visados. As forças de segurança entraram nos dormitórios da Universidade de Tabriz na segunda-feira e detiveram 10 estudantes que tinham participado das manifestações. Na terça-feira, a ativista e líder estudantil Mardani Amir estava entre centenas de pessoas detidas.

Na cidade de Oroumiye, também no noroeste do Irã, a mídia local publicou na terça-feira que duas pessoas haviam sido mortas e outras centenas detidas após uma violenta repressão a cerca de 3.000 manifestantes na Rua Imã.

Em Shiraz, sul do Irã, as forças de segurança utilizaram gás lacrimogêneo que abriu caminho até uma biblioteca universitária. Relatos dizem que vários estudantes foram agredidos e cerca de 100 foram detidos. Fontes não confirmadas sugerem que uma pessoa pode ter sido morta.

Há também notícias de que no norte da cidade de Babol, paramilitares e funcionários armados teriam cercado a Universidade de Babol e atacado estudantes na Universidade e nos dormitórios.

Este cenário se repetiu em outros centros. Em Mashhad, no nordeste, há informes sobre ataques contra estudantes por parte das forças de segurança e em Zahedan, no sudeste do Irã, dois estudantes estão entre os tres ativistas detidos.

A Anistia Internacional vem pedindo às autoridades iranianas para conter o abuso policial contra as manifestações relacionadas com o resultado das eleições e que pare de atacar os estudantes. A organização está investigando as mortes reportadas.

Traduzido de Anistia Internacional

Imagem retirada de The Boston Globe

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