sábado, 13 de agosto de 2011

Democracia pode ser real no mundo de hoje?




Democracia é uma palavra de origem grega (demos: povo, kratos: poder). No sentido original é uma forma de governo na qual a decisão é exercida diretamente pelos cidadãos. Nesse caso é conhecida como democracia direta.

Bem longe disso, tanto no tempo quanto na prática, a praxis atualmente no mundo é o sistema representativo, criado, adaptado e desenvolvido para atender aos interesses de grupos ligados a ideologias e ou classes dominantes, entre elas, banqueiros, corporações, grandes empresários, e políticos profissionais. Esses grupos ideológicos e ou classes dominantes através da propaganda massiva e maciça procuram convencer o homem comum, pelo menos no dia da eleição, de que é ele que está no comando, e que tudo que precisa fazer é escolher nomes de políticos profissionais que lhes são apresentados a cada dois anos para ocuparem cargos ligados à criação de leis e fiscalização, e cargos ligados à administração dos recursos arrecadados coercitivamente da população.

Do ponto de vista do beneficiamento das massas, esse sistema fracassou há muito em todo o mundo. Tanto partidos políticos como os organismos sindicais que são usados como trampolim ao poder, transformaram-se em verdadeiras gangs de engravatados, e quadrilhas de bandidos, cujo interesse principal é tirar proveito do cargo em benefício próprio e de seus grupos empresariais que lhes dão apoio e sustento.

Mudar esse sistema não será fácil. Os meios de comunicação de massa estão nas mãos de pessoas que não tem interesse na horizontalização nos processos decisórios. As grandes e poderosas corporações e grandes empresas organizadas de forma piramidal, também querem manter o status quo de seus dirigentes. A luta por essa mudança jamais poderia ser implementada com sucesso em um ou outro país, mas pode ter sucesso absoluto se implementada simultaneamente em todo o mundo. O mais forte aliado do atual estado de coisas é o Estado, com suas inúmeras ferramentas de repressão, como as forças armadas, seu sistema carcerário, seus juízes, em sua maioria míopes aos direitos da grande maioria das pessoas, e prontos a servir os ricos e grandes proprietários.

Mas os tempos estão mudando. Essa tarefa de acabar com o sistema representativo será implementada simultaneamente em todo o mundo a partir de 15 de outubro de 2011, conectada à tag #15o. A tática escollhida inspirou-se nos acampamentos e assembléias massivas implementadas na praça Tahrir no Cairo e na praça Syntagma na Grécia. Esses acampamentos gigantescos e assembléias populares são ao mesmo tempo um meio e um fim. Um meio porque as pessoas que se unem nesses ajuntamentos sabem que ali terão voz efetiva de tomada de decisão. E um fim porque serão essas assembléias que futuramente ditarão o destino dos bairros, das cidades, das nações.

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