domingo, 18 de abril de 2010

Tolstoi e Nietzsche

Uma opinião interessante no começo do século XX expressava que os alemães foram fortemente influenciados pela filosofia de Nietzsche, enquanto que os russos foram influenciados pelo ensino de Tolstoi. Foi verdade? Segundo um provérbio russo, "Os paroquianos se assemelham aos pároco". Então o homem comum alemão e o homem comum russo foram apenas o que seus respectivos padres lhes ensinaram a ser.

Nietzsche atirou ao mar as virtudes cristãs e incitou o capataz a atropelar seus subordinados cruelmente sob seus cascos. E belgas, franceses, servios, poloneses e romenos passaram a ser submetidos a todo tipo de atrocidades.

Nietzsche se revoltou contra a democracia moderna e confirmou a aristocracia do super-homem. Ele pregou a "Sede pelo Poder", e os alemães obedientemente responderam e escreveram em sua bandeira. "O Poder Está Certo".

Todos os biógrafos concordam que Nietzsche tornou-se mentalmente perturbado e morreu louco. E há muitas pessoas inclinadas a acreditar que a Alemanha na primeira metade do Século XX tornou-se um país de paranóicos.

Tolstoi, por sua vez, durante muitos anos praticou a temperança. Curiosamente, naquele tempo, na Rússia, caiu bastante o consumo da vodka. O homem comum russo, como por um milagre, aos poucos tornava-se sóbrio. Tolstoi nunca reconheceu a Igreja Ortodoxa nem a aristocracia russa.

Diante do fato de que o Governo Imperial estava arruinando o país, em 1917 houve uma grande revolta contra o Czar, e tanto soldados, camponeses, como operários se levantaram unidos para derrubar o Czar.

Tolstoy ensinava "não resistência ao mal", e a manutenção da paz com o mundo inteiro e o povo no poder, afinado com ele, concordava em acabar com a guerra de uma vez, almejando uma paz sem anexação nem indenização.

Infelizmente, o Exército russo escorregou das mãos do povo e caiu nas mãos dos bolcheviques. Tolstói era um anarquista, ele queria agir e viver como um anarquista. A história revelou que Tolstoi estava certo, que os bolcheviques estavam errados e que Nietzsche nunca passou mesmo de um "estúpido e anormal".

Após o golpe contra a revolução de 1917 consolidar-se em 1922 com o massacre em Kronstadt, os bolcheviques, terrivelmente autoritários e ignorantes, passaram a fingir ensinar a sua política aos franceses, britânicos, italianos e americanos. Essa farsa demorou muito tempo mas acabou desabando em 1990.

A farsa capitalista e o mito nietzscheniano do super-homem ainda vivem, mas estão em seus últimos momentos.

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