segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Solidariedade aos povos europeus em luta!


Camila e Charles encurralados por manifestantes, no centro de Londres



As duas últimas semanas marcaram um incremento na revolta popular em toda Europa: greve geral em Portugal, preparação de nova greve geral na Espanha, manifestações históricas na Irlanda, protestos estudantis na Inglaterra, protestos operários e estudantis na Itália, crescente movimento de massas contra a privatização da água. Tudo isso sugere estarmos na gênese de um movimento -- catalizado pelas mobilizações contra a reforma das pensões na França -- que promete ser duradouro. Embora as palavras de ordem variem de país para país, a revolta tem a mesma origem: povo recusando pagar por uma crise que não causou, aturar medidas de austeridade sem nenhum ônus aos capitalistas.



O caso da Irlanda é emblemático -- redução dos serviços sociais, demissões e cortes nos salários dos trabalhadores do setor público, cobrança de imposto de renda aos trabalhadores menos remunerados. O governo também aumentou o peso dos impostos que esmaga o povo irlandês, um dos mais pobres da Europa. Resultado: recusando curvar-se, dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas de Belfast no final de novembro.

No Estado espanhol, o governo do Partido Socialista cedeu à pressão do poder financeiro, colocando-se a serviço do grande capital, introduzindo medidas duras, que afetaram seriamente a vida e o emprego da grande maioria: reduzindo as pensões, retirando o auxílio desemprego, aumentando a idade da aposentadoria, alterando o sistema de negociação coletiva, implementando demissões e impostos... e isto é apenas o começo. A oposição -- o direitista Partido Popular -- aproveita ao máximo os efeitos da crise e sobe nas pesquisas. O setor social e sindical à esquerda, onde os anarquistas têm um papel importante na luta contra medidas anti-sociais do governo nos direitos econômicos e políticos. Dia 29 de setembro marcou o início de um processo de mobilização por parte dos sindicatos mais militantes, apesar da burocracia sindical e do peleguismo, intimamente ligado à social-democracia.

Na Grã-Bretanha e na Irlanda, as taxas que os estudantes universitários são obrigados a pagar, dispararam, tornando o acesso ao ensino superior cada vez mais dependente de dinheiro. Mais uma vez, os alunos responderam com um movimento de protesto combativo. Na Itália, os estudantes de todo o país estão realizando protestos contra o projeto do governo que implementará demissões em massa nas universidades, enfatizando temas científicos em detrimento das humanidades, destruindo o sistema de concessões e tornando o curso universitário muito menos acessível às camadas mais pobres da população. E, principalmente, a reforma também vai dar um impulso às universidades privadas, concedendo mais a elas do que às universidades públicas do país.

Outra má notícia será, em 16-17 de dezembro, o anúncio da União Europeia sobre a dívida pública crônica da Itália, exigindo que o governo implemente cortes extras no próximo orçamento, ou seja, mais cortes no setor público. Tudo isso num momento em que a classe capitalista, liderada pela Fiat, está lançando um ataque total contra os direitos dos trabalhadores do setor privado, com mecanismos para se livrar do sistema de negociação coletiva e introduzir informalidade em massa aos trabalhadores, bem como cortes de empregos e fechamento de fábricas.

Não se deixe enganar: se a União Europeia (e o FMI) impõe esses planos de austeridade, não é só por necessidade econômica, uma vez que esses planos servirão apenas para mergulhar ainda mais países na recessão -- ampliando os lucros dos patrões, que vêem a crise como uma oportunidade histórica para se livrar dos poucos direitos sociais que nos restam.

Perante esta situação, devemos responder com a luta e a solidariedade entre os trabalhadores dos países afetados. Diante de ataques como esses, o internacionalismo é mais necessário do que nunca: temos um movimento social europeu!

Estamos solidários com todas as pessoas que lutam contra medidas de austeridade e contra a barbárie do capitalismo. 

Federazione dei Comunisti Anarchici (Itália)
Alternativa Libertaire (França)
Organização Socialista Libertaire (Suíça)
Liberdade e Solidariedade (Reino Unido)
Movimento dos Trabalhadores Solidariedade (Irlanda)
Libertære Socialister (Dinamarca)
Libertäre Aktion Winterthur (Suíça)
Motmakt (Noruega)

10 de dezembro de 2010


Extraído de http://goo.gl/wW9sN, traduzido pelo google tradutor e revisado.

Nenhum comentário: