Escrito por um simpatizante do CCI francês.
Por iniciativa dos trabalhadores da estação ferroviária leste e professores -- uma centena de empregados (ferrovia, educação, correios, agro-alimento, computador ...), pensionistas, desempregados, estudantes, trabalhadores em situação irregular, sindicalizados, não sindicalizados -- nos reunimos em 28 de setembro e em 5 de outubro para discutir as pensões e, mais amplamente os ataques de que temos experimentado e as perspectivas para reverter as decisões do governo.
Milhões entraram em greve e saíram às ruas em protesto, mas o governo ainda não cedeu. Só um movimento de massas será capaz de fazê-lo. Esta ideia abre caminho através de discussões sobre a greve por tempo indeterminado, geral, irrestrita …
Os desdobramentos do movimento depende de nós. Cabe a todos nós construí-lo em nossos locais de trabalho com os comitês de greve, em nossos bairros através de assembléias gerais soberanas. Quanto mais amplas elas forem melhor, reunindo trabalhadores, e sendo coordenadas a nível nacional com delegados eleitos e revogáveis. Cabe somente a nós decidir quais ações implementar, quais reivindicações fazer ... E a mais ninguém.
Deixar Chérèque (CFDT), Thibault (CGT) e Companhia Ltda. decidir por nós, é se preparar para perdas futuras. Chérèque defende aposentadoria com 42 anos de tempo de serviço. Não podemos confiar que Thibault reivindique a retirada da lei, pois em 2009 enquanto ele bebia champanhe com Sarkozy, milhares de nós fomos demitidos. Não confiamos em pretensos "radicais". A radicalidade de Mailly (FO) reduziu-se a juntar-se à manifestação enquanto apoiava o voto do PS pelos 42 anos. Enquanto isso, a Sud-Solidaires, a CNT e a extrema esquerda (LO NPA), não nos oferecem outras perspectiva senão a unidade sindical. Ou seja, uma unidade para secretamente negociar recuos.
Os que hoje defendem a greve por tempo determinado o fazem para evitar o seu alastramento e descontrole. O controle das nossas lutas é uma moeda de troca para ser admitido na mesa de negociações ... Por quê? Pois, como está escrito na carta assinada por sete sindicatos da CFTC à Solidaire, "para ouvir a opinião dos sindicatos no contexto de um conjunto de medidas justas e eficazes para assegurar a sustentabilidade do sistema de pensões". Pode-se por algum momento acreditar poder haver um possível acordo com bandidos que vem delapidando nossas pensões desde 1993? , com quem começou a demolição metódica de nossas condições de vida e de trabalho?
A única coisa capaz de fazer o governo e as classes dominantes recuar é unir funcionários públicos, privados, desempregados, aposentados, jovens trabalhadores, imigrantes em situação regular ou irregular, sindicalizados ou não, e nós mesmos controlarmos nossas lutas.
Acreditamos que a retirada da lei de pensões é o requisito mínimo. E que não é suficiente. Centenas de milhares de trabalhadores mais velhos já sobrevivem com menos de 700 € por mês, enquanto centenas de milhares de jovens lutam junto à RSA, por uma vaga de emprego. Para milhões de nós, o problema já é crítico para obter alimento, moradia e remédios.
Sim, os ataques de Sarkozi contra as pensões são a árvore que esconde a floresta. Desde o início da crise, as classes dominantes com a ajuda do estado joga na rua centenas de milhares de trabalhadores, e elimina milhares de empregos nos serviços públicos. E nós estamos apenas começando. A crise continua e os ataques contra nós serão cada vez mais violentos.
Para lidar com isso, certamente não devemos confiar nos partidos de esquerda (PS, PCF, PG ...). Eles têm sempre sido leais aos negócios da burguesia e nunca põe em cheque a indústria financeira, a propriedade privada e as grandes propriedades. Além disso, na Espanha, no Brasil e na Grécia, os governos de esquerda organizam a ofensiva do capital contra os trabalhadores. Para manter as nossas pensões, saúde, educação, transportes, e não morrer de fome, os trabalhadores vão captar a riqueza produzida para satisfazer as suas necessidades.
Esta luta, não deve ser encarada como de defesa de interesses pessoais, mas como defesa de toda a população ativa, incluindo os pequenos agricultores, pescadores, artesãos, pequenos comerciantes, que estão sendo lançados na pobreza pela crise do capitalismo. Temos de treiná-los e nos colocar à frente de todas as lutas para nos libertarmos do Capital.
Não importa se estamos na condição de empregados, inseguros, desempregados, trabalhadores informais, independente de nacionalidade, toda a população ativa está no mesmo barco.
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