O encontro começa às 17 horas. As pessoas já estão a postos, grupos de afinidade conversam entre si. As pessoas trocam olhares umas com as outras. Há um clima de guerra no ar, tem-se a falsa sensação de que o inimigo são os outros, as outras pessoas. De que uma batalha terrível está prestes a ser desencadeada e onde haverá vencidos e vencedores, e ninguém ali quer, após a batalha, estar listado entre os vencidos, entre os perdedores.
Mas ali não poderá haver vencidos, pois se cada um vencer a si mesmo todos serão vencedores. O inimigo está dentro de nós mesmos. O monstro a ser destruído está no desejo de cada um de nós de sobrepor-se aos demais, de dominá-los, de fazer com que se submetam aos nossos desejos, aos nossos métodos, para que assim ele possa realizar o desejo oculto de ser um líder, ou de trazer todos a seguir meu líder. Esse monstro tem que ser vencido, calado, superado.
A democracia direta é diferente de tudo o que se viu até agora. Não há outra vanguarda, não há outra linha de frente senão a própria ideia, o próprio método, que não pertence a um grupo ou pessoa específica, mas que pertence a todos os grupos e pessoas, e é a única ideia que prevalece e que não pode ser superada.
Continua...
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