sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Não-resistência cristã por Adin Ballou -- Cap. VI

CAPÍTULO VI.

RESPONDENDO ÀS PRINCIPAIS OBJEÇÕES

1. Impraticavel até o milênio -- Princípios do milênio -- Extratos do Professor Upham -- 2. Extremamente difícil, senão impossível -- Vacuidade da objeção -- Batalha no desfiladeiro de Traun, na Áustria -- 3. Mais dificuldade nas questões pequenas do que nas grandes -- Ilustrações: O juramento profano reprovado e superado -- O escravo cristão e seu inimigo -- Como superar o mal -- Henry C. Wright e seu agressor -- O menininho vitorioso -- Colônia de cristãos práticos -- A vingança interrompida -- Conclusão.

O presente capítulo será dedicado à consideração e remoção de várias objeções comuns à doutrina da não-resistência cristã.

OBJ. 1. IMPRATICÁVEL ATÉ O MILÊNIO.

"Sua doutrina pode ser verdade do princípio ao fim; mas impraticável até o milênio, quando toda a raça humana será regenerada, e sua moralidade sublime desenvolvida espontaneamente em todos os corações. Sob as circunstâncias atuais, com tanta depravação, com multidões de homens impacientes entregues à agressão é obviamente impraticável. O mau logo acabaria com os íntegros, um a um, até o último não-resistente".

RESPOSTA. -- Eu afirmo exatamente o contrário; o íntegro exterminará o mau, no melhor sentido da palavra, onde agir com rígidos princípios não-resistentes. Eles imediatamente penetrariam com todas suas bênçãos, praticando verdadeiramente estes princípios e em perseverante fidelidade. Como conceber o milênio se desenvolvendo no atual estado da raça humana? Viria arbitrária e mecanicamente? Viria "pela observação" e pelo desenvolvimento de algum verdadeiro milagre? O reino dos céus não está "dentro" e "entre" dos homens, e por isso, como levedura escondida em três medidas, destinado a fermentar e retificar a massa inteira? O coração de cada verdadeiro cristão não deveria ser um germe do milênio? E cada comunidade cristã uma miniatura de sua proximidade? Se não, qual é a prova do novo nascimento dos homens e de sua regeneração? Se mesmo professando serem discípulos de Cristo são incapazes, até mesmo pela graça divina, de praticar os preceitos do Senhor e Mestre, pelo simples fato dos não-regenerados ao derredor serem maus; então para que serve essa religião, profissão de fé, regeneração?

Esta objeção nos coloca diante de extremas incongruências. Fixemos nossa atenção por um momento para examiná-la. 1. Pressupõe que Jesus Cristo encarregou seus discípulos com deveres para todo o período precedente ao milênio, que ele sabia serem impossíveis de executar até a chegada do período posterior, e nem mesmo fez qualquer exigência a respeito. 2. Pressupõe que Jesus ordenou muitos deveres específicos os quais de modo algum desembocariam no milênio, pois nunca seriam cumpridos. 3. Pressupõe que princípios, disposições, e obrigações morais humanas no milênio, serão essencialmente diferentes daquilo que o Novo Testamento exige ser praticados agora.

Há alguma dúvida sobre estas três declarações? É certo dizer que Jesus aparentemente inculcou seus preceitos não-resistentes enquanto impraticáveis agora, -- e que ele não se importa com sua impraticabilidade até algum período futuro remoto? Foi projeto, oportunidade, ou erro? Nada disso derroga nem presume honra ao Redentor.

É igualmente certo, na teoria do objetor, que Cristo ordenou deveres particulares os quais não poderiam ser executados até o milênio. Até o milênio não há nenhuma chance de pôr em prática o preceito "não resista ao mal"; até lá nenhum malfeitor será reprimido. Até aquele dia não haverá nenhuma ocasião para um homem, quando atingido duramente na face, oferecer a outra; quando requisitado seu agasalho, entregar

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seu casaco; quando perseguido e insultado, abençoar; quando ferido, perdoar; e nenhuma ocasião para amar seu inimigo, fazer o bem a quem o odeia, ou orar por quem o persegue: Até lá nada será prejudicado ou destruído no santo monte de Deus. Não haverá nenhuma ocasião para a não-resistência diante de qualquer agressão, dano, ou insulto. De forma que virtualmente o objetor faz o Filho de Deus espelhar o mais alto grau de ilusão e absurdo. Ele o faz dizer, "ouviram o que foi dito, olho por olho, dente por dente; mas eu digo não resistam ao mal", no milênio, quando não haverá mais nenhum. "E se qualquer homem golpear sua face", no milênio, quando tudo será amor e bondade, "ofereça também a outra". "E diante do bandido", no milênio, quando a lei do amor será obedecida universalmente, "entregue teu agasalho e deixe levar seu casaco também". "Ame seus inimigos", no milênio, quando você não tem nenhum inimigo; "abençoe quando vos amaldiçoarem", quando não há ninguém para amaldiçoar; " faça bem aos que vos odeiam", quando todos te amam; "perdoe as ofenças "até setenta vezes sete", quando ofenças são desconhecidas; alimente seus inimigos, quando todos são amigos; e "supere o mal com o bem", quando não há nenhum mal! !

Estas são virtudes sublimes que você deve praticar, não agora, quando há tantas ocasiões para isso, quando poderiam mostrar uma poderosa influência em favor de minha religião contrastando com o espírito deste mundo -- não agora; porque são impraticáveis; o mundo de descrença é muito mau para tal exemplo de retidão; mas no milênio. Então pratique-as, quando você não achar nenhuma oportunidade para levá-las a efeito, e quando será absolutamente impossível cumprí-las por falta de oportunidade. "Quanto todos conhecerão e servirão a Deus, do menor até o maior!!". O grande Mestre é compreendido assim? Quem acha que disse isso?

A terceira declaração também é verdade. A objeção pressupõe que os princípios, disposições e obrigações morais dos homens até o milênio, serão essencialmente

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diferentes daquilo que o Novo Testamento exige ser realizado agora. Este é um erro tão fundamental e ainda tão comum entre os que professam ser cristãos que deveria ser completamente eliminado. O Professor Upham fez isto efetivamente, em seu "Manual de Paz", que não posso deixar de apresentar aos leitores no excelente extrato a seguir.

PRINCÍPIOS DO MILÊNIO.

"Esperamos um novo código, um novo sistema de métodos de operação? Aguardamos um novo Salvador, uma nova crucificação, uma nova e remendada edição do Novo Testamento? Certamente não. As doutrinas do milênio são doutrinas para os dias de hoje; os princípios do millênio são os mesmos princípios que são obrigatórios para os homens da presente geração; o laço que excluirá toda contenda e ligará todos os corações conjuntamente será nada mais nada menos que o evangelho de Cristo.

"O evangelho é um livro de princípios -- de grandes, funcionais, inalteráveis princípios. Os homens o condenam porque não o entendem; até mesmo cristãos podem ser cobrados por tratar isto com não pouco gráu de descuido, porque, na mundanalidade deles, negligenciaram calcular suas alturas e profundidades. Se o céu pudesse ser trazido até a terra -- se a Europa e a América, e todos os outros continentes e partes do mundo, pudessem, no momento presente, ser colonizados com anjos, e com a naturezas seráfica,-- o evangelho, como ele é, seria suficiente para guiá-los e governá-los. As companhias santificadas do mundo divino, ao contrário dos filhos dos homens, não reivindicariam nenhum código mais elevado e melhor. Mas podemos considerar permissível, sob qualquer determinada circunstância, coisas como anjo retaliando anjo, serafim hostilizando serafim, algum ser santo reivindicando o direito de extinguir a vida do outro com as próprias mãos? Que tipo de céu seria este, marcado pela admissão de tal princípio? E nós podemos perguntar, mais adiante, que tipo de milênio será caracterizado, seja pratica ou teoricamente, dessa forma?

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Quando o homem é completamente restaurado a favor de Deus, seja no céu ou na terra, há um código, um conjunto de princípios diretivos para ele, e outro para outros seres santos? Certamente não. Em todos os grandes assuntos de direito e dever, a lei dos serafins é a mesma lei de anjos, e a lei de anjos é a mesma lei dos homens. Se é total e absolutamente incompatível com nossas concepções do mundo divino, que o poder de vida e de morte deva ser usurpado das mãos de Jeová, e que anjos e serafins devam ter o direito de extinguir a existência uns dos outros, é igualmente difícil conceber tal direito no milênio. E se isso não é certo para os homens no milênio exercitarem mutuamente o poder de vida e morte, não é certo para eles agora. Temos agora o mesmo código de governo que teremos então; temos agora o Novo Testamento que teremos então; e não apenas isso, o entenderemos mais e melhor. Nada será acrescentado a ele; nada será tirado dele. Se não considerar a vida humana inviolável agora, nunca a considerará; se não proscrever agora todas as guerras entre as espécies humanas, nunca a proscreverará; se existir agora debaixo do código Cristão, o direito de tirar a vida humana, existirá enquanto legal e autorizada característica (doloroso e horrível até mesmo na forma de mero pensamento é) do puro, santificado, e angelical estado do milênio. Suponhamos, então, que a vida será inviolável no milênio, e que não será considerado certo um homem dar cabo da vida de outro homem seja lá qual form o motivo, nós argumentamos que isso não é possível agora. Esta forma de argumentar é aplicável a qualquer outro caso análogo. Se for errado roubar no milênio, não é correto roubar agora; se for errado ser imoderado no milênio, não é certo ser imoderado agora; se for errado a escravidão no milênio, não é certo a escravidão agora; se não é certo levar e continuar a vida de guerra no milênio, não é certo levar e continuar a vida de guerra agora. Os princípios que serão reconhecidos como autorizados no milênio, são os mesmos princípios que estão prescritos, aos quais estamos ligados

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no momento presente. Nenhuma mudança de princípios é requerida, mas somente uma mudança para a prática. Se a prática dos homens pudessem amanhã se conformar com os princípios escritos pelo dedo de Deus nas páginas do Novo Testamento, então amanhã veríamos o milênio.

"Não nos cansamos de falar deste tema. Há um charme no nome milenial, 'Scribenti manum injucit, et quamlibet festinantem in se morari cogit'. As asas da poesia ilustram esta grande concepção. Às vezes o vemos como uma selva coberta de broto e flor; às vezes o vemos como uma cidade que desce do céu, preparada como uma noiva adornada para seu marido; às vezes a vemos como um grande templo, como que surgindo fora da terra, e suficientemente grande para conter todas as nações. Este templo não é construído de materiais terrestres que perecerão com o uso, mas apoiado em colunas imutaveis. Toda grande moral e princípio religioso é um pilar no templo milenial. O princípio da abstinência total de toda bebida intoxicante é um pilar; que surgiu de repente, agradável e bonito, e mesmo agora é envolvido com alguns raios de glória milenária; a doutrina de que toda escravidão é pecado é outro pilar, permanece firme, principal e fixo; a doutrina da inviolabilidade absoluta de vida humana é outro; este está em fase de preparação, mas ascenderá logo, e resplandecerá de pé e majestosamente em seu lugar; e assim princípio após princípio serão estabelecidos, coluna após coluna serão erigidas, até a casa espiritual de Deus ser estabelecida no topo da montanha, e se descortinar mais bela que o Partenon diante dos olhos do observador. E o que então eles pretendem? Apenas que as nações, em
na linguagem profética, fluam neles; apenas que as pessoas se ocupem deles, e neles se alegrem; e esta é glória milenária. Mas, a menos que você se fixe e permaneça nestes princípios imutáveis, estará como uma certa casa que foi construída na areia: 'e a chuva caiu, e as inundações vieram, e os ventos sopraram e açoitaram aquela casa; que caiu, e grande foi a sua ruina'".

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OBJ. II. EXTREMAMENTE DIFÍCIL, SENÃO IMPOSSÍVEL.

"A prática da não-resistência, se não impossível para a grande maioria de cristãos, é certamente extremamente difícil, até mesmo para os mais avançados. Parece um fardo pesado demais. Exige dos homens bem mais do que eles sentem capazes de executar. Multidões desfalecerão sob este fardo e abandonarão completamente o cristianismo, como um sistema completamente além do alcance deles. Não é adequado exigir coisas que irão desencorajar tantos milhares a tentar fazer alguma coisa como discípulos declarados de Cristo".

RESPOSTA. -- Quem é o juiz do que é possível? Deus, ou o homem? Quem é o juiz sobre o quê e o quanto será requerido! Jesus Cristo ou seus discípulos? Deixaríamos de cumprir um dever por nos parecer de difícil execução? Você duvida da suficiência da graça de Deus para o mais fraco dos filhos que confiam nEle, que os permite executar qualquer eventual tarefa que Ele coloque sobre seus ombros? Ou adaptamos o dever e a verdade divina de acordo com a conveniência dos membros da raça humana para multiplicar o número de discípulos superficiais? Nivelamos por baixo e rasgamos as exigências de nosso Pai divino, por medo de mestres desencorajadores e indiferentes? É quem presume isso que emplastra tal morteiro de indisposição? Ele deve ser o delimitador mais perigoso. É este o caminho no qual Cristo e seus apóstolos trilharam em meio à violencia de um contemporâneo e perseguidor mundo? Seria algum grande infortúnio para o cristianismo, se nove décimos de seus atuais mestres mundanos, convencidos da verdade da doutrina da não-resistência, declarassem honestamente para o mundo, "Se cristianismo é isso, nós não podemos consistentemente professar ter aderido a ele, pois sua cruz é maior do que podemos aguentar". Naquele momento o mundo não estará mais próximo de sua conversão do que agora?

Mas por que precisamos manter essa linguagem? Deus reina, não o homem. Ele declara a lei de retidão perfeita pelo seu Filho. Tal Filho é a Cabeça de todo homem -- o Senhor e Mestre de todos os verdadeiros discípulos. Ele ordenou a

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prática da não-resistência a seis seguidores declarados como um dever indispensável. Ele prometeu estar junto e ajudá-los sempre. Nesse caso, declaremos imediatamente, se nós acreditamos em Cristo, ou não. Se vamos nos empenhar em seguir seus ensinamentos, ou não. Se tentamos fazer nosso dever, confiantes na força oferecida do Céu, ou não. Se resolvemos ser cristãos, então tentemos com toda nossa força fazer nosso dever, e ver quão longe podemos ir. Deixemos os homens seriamente tentar levar a cabo a não-resistência Cristã de todo coração, entretanto, embora, às vezes possam experimentar a dor da cruz, logo se regozijarão na coroa do triunfo. Sempre é difícil andar corretamente nisto, como em outras seções do dever; e nada mais. Não há qualquer virtude que não envolva algum sofrimento e dor de cabeça. Se tivéssemos que rejeitar todas as obrigações que sempre implicam em perigo de morte, deveríamos rejeitar cada um dos mandamentos do Deus vivo. Não houve nenhum deles que não tivesse seus mártires, e também seus apóstatas, sob grande tentação. Mas para o crente, quão santificada é até mesmo a morte -- se dever obriga o sacrifício? E para o obediente, que de boa vontade carrega a cruz, quão verdadeiro é o dito de Cristo, "meu fardo é leve e meu jogo é suave"! Mas isso funciona apenas para os que dizem, NÓS TENTAREMOS. Todas as coisas se tornam possíveis, quando corretas.

E o que há de tão desencorajador para a humilde e firme alma? Jesus não viveu e morreu o glorioso exemplo dos seus próprios preceitos nãon-resistentes? Seus apóstolos não fizeram o mesmo? Não o fizeram também os cristãos primitivos por mais de dois séculos? Não temos nós uma hoste de testemunhas, de ilustrações práticas que sob as mais adversas circunstancias em geral estavam até mesmo mais seguros levando a cabo princípios de não-resistência que seu oposto? Ladrões abandonaram seus maus caminhos e de fato se converteram; ferozes bandidos se tornaram inofensivos; índios selvagens foram tomados por uma bondade permanente; e toda forma de mal foi superada com o bem! Enfim, eu pergunto -- "O que faria você se um ladrão resolvesse atacá-lo? E se um assassino ameaçasse sua vida? E se uma turba

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irrompesse contra você? E se uma tribo de selvagens atacasse seu lar? E se um exército estrangeiro investisse contra sua terra? E se soldados bandidos espalhassem morte e rapina contra seus vizinhos?" O que faria eu? Se eu agisse corretamente? -- se eu fizesse a parte cristã -- a parte sábia e nobre, eu colocaria em prática meus princípios de não-resistência, de cada dez nove experimentaram a libertação mais notável, e alcançaram a mais gloriosa de todas as vitórias, na conquista de suas próprias paixões e as de seus assaltantes!

VACUIDADE DA OBJEÇÃO.

Mas a extrema vacuidade da objeção não fica imediatamente óbvia diante de nós, quando eu viro o jogo, e reivindico se a prática da resistencia prejudicial oferece imunidade diante da extremo processo, perigo, sofrimento, e dor? Quantos seres humanos entre dezoito e quarenta anos ainda serão necessários para perecer na guerra? Quanto sangue ainda terá que ser derramado pela espada? Estes tremendos fatos não indicam que a resistência é mantida sem sofrimentos, angústias e agonia mortal? Basta contemplar as cenas de uma única batalha.

O DESFILADEIRO DE TRAUN.

"Em 1809, na campanha de Aspern e Wagram, Massena valorizou ainda mais seu renome, como uma das firmes colunas do império de Napoleão, pela sua ferocidade nos campos de batalha. Antes da batalha de Aspern, depois da batalha de Eckmuhl, enquanto Bonaparte marchava para Viena perseguindo o Arquiduque, Massena assumiu o comando da vanguarda. Atacando pesado após o recuo do Arquiduque, como fizera anteriormente na Itália, ele prosseguiu ao longo do rio Traun, até Ebersberg, ou Ebersdorf, uma pequena aldeia em suas margens antes de desembocar no Danúbio. Ali, por um tempo, sua vitoriosa carreira pareceu chegar ao fim. Postado do lado oposto de Ebersberg, ele tinha que atravessar o rio por uma única, longa e estreita ponte de madeira. De uma margem à outra, cruzando

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bancos de areia, ilhas, &c, dava quase meia milha, e um único piso estreito se extendia em toda extenção da ponte ao longo de sessenta varas. Ao longo desta meia milha de trilha apertada o exército inteiro tinha que passar carregando suas provisões; atravessar pela torrente impetuosa era impossível. Mas o outro lado da ponte foi obstruído. Enquanto as companhias avançavam com seus soldados enfileirados, a artilharia ficou plantada lá em cima, apertada, ocupando cada polegada ao longo da ponte. O elevado estrado ao longo do rio ficou tomado pelas massas da infantaria carregando terríveis baterias de canhão, Toda comitiva em cima daquela ponte parecia suficiente para rompê-la em fragmentos. Para coroar a cena, uma velha fortaleza abriu fogo contra eles. Como se não bastasse para impedir qualquer homem de tentar passar, surgiu outro ataque vindo pela estrada por trás das árvores, para forçar o inimigo a desistir e recuar. Com trinta e cinco mil homens cobertos por oitenta canhões, a defesa da ponte queria saber se os franceses tentariam atravessá-la. Até mesmo o gênio de Massena poderia tremer diante daquela cena. Parecia que seu exército marchava direto para dentro da cratera de um vulcão pelo avanço das terríveis baterias inimigas protegendo aquela ponte estreita e longa. Nada como um ataque súbito contra uma pequena passagem; foi quando a fileira imovel ao longo da ponte foi atacada por uma tempestade de balas. Mas esta foi a chave para Viena, e o marechal resolveu fazer uma tentativa -- esperando que o avanço de Lannes fosse beneficiado pelas movimentações do flanco inimigo. Tolamente, os austríacos deixaram quatro batalhões no mesmo lugar para onde os franceses se dirigiam. Após o ataque, foram forçados a recuar fustigados pelas baionetas. Mas no momento em que a coluna francesa tocou a ponte, as silenciosas baterias mais próximas dispararam terrivelmente contra

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suas cabeças. Ela afundou como um banco de areia erodido pela correnteza. Avançar parecia impossível; mas o heróico Cohorn, lançando-se adiante, restabeleceu o ânimo da tropa que se recompôs retornando ao ataque como uma impetuosa correnteza por cima da ponte.

"Em meio à confusão e caos da luta entre os batalhões e seus ligeiros perseguidores, os austríacos postados na margem viram as cores francesas avançar rapidamente, e temendo a irrupção inimiga, fecharam a passagem e desferiram uma tempestade de balas tanto contra amigos como contra inimigos. A carnificina foi generalizada. Golpeados na frente pelo fogo mortal dos próprios amigos, e fustigados por atrás pelas baionetas inimigas, esses batalhões se lançaram torrente abaixo para não serem pisoteados pelo firme avanço da coluna. Diante dos explosivos lançados dos vagões pelo meio, mandando homens pelos ares, e as errupções do canhão do inimigo, os franceses derrubaram o portão e as paliçadas e logo irromperam impetuosamente pelas ruas e pela aldeia. Mas ali, deparando com batalhões intactos, virou alvo do destrutivo fogo cruzado vindo das casas, enquanto a velha fortaleza lançava uma tempestade de chumo nas cabeças deles, estes soldados valentes foram compelidos para se retirar, deixando para trás dois-terços de seus soldados estirados no pavimento. Mas Massena ordenou que novos batalhões avançassem em marcha em meio à tempestade de chumbo que varria a ponte, reuniu seus companheiros, recuperou a aldeia e atacou violentamente a própria fortaleza. Ao longo daquele corredor estreito e mortal os que estavam ao alcance da coluna tiveram suas cabeças mutiladas, as paredes do castelo desabaram diante do terrível fogo das ameias, como que afundando na terra. Fortalecido por um novo reforço, os corajosos franceses retornaram ao ataque, e derrubando os portões compeliram a guarnição à rendição. Porém, o exército austríaco bem posicionado em um monte por trás da aldeia, disputou resolutamente cada polegada de terreno. A cavalaria francesa, a galope, mergulhou pelas ruas da aldeia, pisoteando, matando e morrendo; em meio às

chamas das casas incendiadas, e cobertos pela fumaça que rolava pelo caminho, avançaram com gritos exultando e brandindo as armas durante o ataque. Mesmo assim os austríacos resistiram e diante da ameaça de um ataque pelo flanco os invasores foram compelidos a recuar.

Esse foi o momento mais desesperador de toda a batalha. Massena foi compelido a lançar seus valentes soldados, mortos ou feridos, na correnteza, para abrir caminho para as colunas. Companhias inteiras caiam uma após outra, obstruindo a passagem e aumentando o obstáculo para o avanço. Estes deveriam ser sacrificados, ou toda coluna seria despedaçada tentando manter desesperadamente sua posição e as tropas mais distantes seriam aniquiladas. Foi um espetáculo terrível ver os soldados avançando, em meio ao abeto mais destrutivo, e lançando de cima da ponte seus camaradas feridos, enquanto ouviam seus suplicantes apelos para serem poupados, centenas foram lançados na correnteza. Le Grand lutou com nobreza naquele dia. Entre o sufocante avanço e o fogo mortal das baterias, ele destemidamente pressionou atendendo as ordens de seu oficial superior. "Abram caminho para minhas colunas". A natureza da disputa, a ponte e as ruas estreitas plenas de fúria, deu ao campo de batalha o aspecto mais horrendo. Os mortos se amontoavam empilhados uns sobre os outros, mutilados e rasgados da maneira mais terrível pelos cascos da cavalaria e pelas rodas da artilharia que foi compelida a ignorá-los. DOZE MIL homens foram dessa forma amontoados, sobrepostos, e conjuntamente pisoteados, enquanto eram cobertos por vigas ardentes e pedaços de madeira eles ainda se podia ouvir hurros e os mais terríveis gritos lancinantes da massa agonizante. Até mesmo Bonaparte, ao chegar ao local, estremeceu diante dessa visão apavorante, horrorizado com a cena. As ruas eram uma massa de mutilados, de homens sangrando, pisoteados, em meio a ruinas,chamas e destruição". -- American Review.

Esse foi um dos dez mil conflitos sangrentos do mundo. Suponha toda essa coragem e resistência exibidas

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nesta ocasião horrível sendo colocada a serviço de paz e da não-resistência! Deveríamos ouvir mais sobre a dificuldade extrema, se não impossibilidade fora desta doutrina? Suponha que esses soldados fossem devotados cristãos não-resistentes, espalhados pela face da terra; e suponha-os expostos a toda forma de roubos, agressões, assaltos, abusos, danos, e insultos, por quaisquer eventuais meios; e então, deixe nosso objetor nos contar onde enfrentarão mais dificuldade, no exército do Príncipe de Paz, ou no do príncipe dos assassinos! Na verdade, os homens podem suportar quase qualquer coisa que escolhem. O que eles suportam enquanto escravos de pecado, é uma prova do que eles são capazes de suportar por amor à retidão. O serviço posterior não requer 0,1% do sofrimento físico e mental do anterior. Quão franzina então é a objeção que estamos considerando! Nunca deixe seja repetida por qualquer homem que se chama por cristão. Um verdadeiro coração, um princípio são de ação, e um testamento consciencioso, nunca pode achar a não-resistência cristã inacessível ou uma virtude insuportável.

OBJ. III. -- MAIS DIFICULDADE EM PEQUENOS QUE EM GRANDES ASSUNTOS.

"A prática da não-resistência é mais difícil em pequenos que em grandes assuntos. Não é por abster-se de guerras e batalhas, ou por suportar pacientemente grandes e notórios danos, que a não-resistência impõe fardos pesados demais. Os homens juntam forças em casos de intensa admiração e simpatia pública -- e até mesmo na magnitude do conflito e na extraordinária glória conseqüente de um triunfo. Extraordinários eventos e ocasiões inspiram um extraordinário entusiasmo, poder e firmeza de propósito. Mas na vida cotidiana onde as pessoas atravessam mil tribulações, que consomem os espectros vitais de seu ser, inadvertidas, antipáticas, impiedosas e desleixadas, não é de forma alguma tão fácil suportar agressões vexatórias, inquietantes, injustiças e insultos por danos insignificantes. Mas sua

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doutrina obriga a esposa maltratada pelo marido brutal, e a vítima atingida duramente por um salafrário insolente, a conter a violência defensiva, e até mesmo abster-se de processos legais, pelo menos debaixo do tipo existente de governo humano. Não lhe parece justo permitir repelir uma turba com a força do exército, ou mesmo pedir para que o governo proteja a propriedade pessoal, a família, ou a vida? É exatamente este extremismo intolerável de sua doutrina que eu contesto mais do que qualquer outra coisa.

RESPOSTA.

Há verdade na afirmação de que o exemplo prático da não-resistência nos assuntos pequenos da vida cotidiana é mais difícil do que nos grandes assuntos em ocasiões extraordinárias. E não são verdadeiras todas as grandes virtudes ordenadas na Lei ou no Evangelho? Pode ser mais fácil evitar idolatria, adultério, fornicação, assassinato, roubo, roubo, falsidade, covetousness, &c., quando estamos expostos ao escrutínio público e à opinião pública, e até mesmo submetidos à tentação mais poderosa, do que na despercebida vida privada. Pode ser mais fácil sofrer o martírio da morte diante do espanto e da admiração, talvez de uma multidão, do que o martírio insignificante de um insulto, um pontapé, um soco, ou um nariz retorcido, de uma multidão ignorante, e de gente que não se importa com nada. E daí? Isto muda o princípio? Ab-roga o dever? O que é certo? Diante de pequenas como de grandes questões, como é que devemos agir? Estas coisas tem que se resolver. Não se trata aqui de escolher o que é mais conveniente, mais fácil, mais confortável, ou mais ego-indulgente quando nos vemos submetidos a tentações momentâneas. Nós já resolvemos isso no momento em que decidimos cumprir o dever de nunca resistir dano com dano. Há indulgencia ao cometermos violações diárias deste dever, ou somos violadores ocasionais daquilo que chamamos de assuntos pequenos? Vá exigir indulgência para cometer violações dos dez mandamentos em assuntos pequenos. Pleiteie como é difícil viver o dia-a-dia sem mentir um pouco, enganar um pouco, defraudar um pouco, extorquir um pouco,

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odiar seu próximo um pouco, roubar um pouco, assassinar um pouco, idolatrar um pouco, e ser um pouco lascivo. Obtenha sua indulgência do Céu para tudo isso, e então indubitavelmente uma indulgência não será negada para resistir a dano com dano um pouco, e responder ao mal com mal um pouco, em assuntos ordinários. A lei e o padrão de retidão não devem ser relaxados para se adaptarem à conveniência humana. Dever deve ser cumprido e integralmente, e quem exibe fraqueza, imperfeição, fragilidade, pecado, tem que agüentar vergonha e condenação.

É nestes assuntos pequenos que toda virtude sofre suas maiores traições. Gotas contínuas perfuram a pedra mais dura. Uma contínua falta de escrúpulos em pequenas coisas arruína todo o princípio moral. O oceano é composto de gotas. Retidão é um agregado dos poucos da vida. Aquele que é habitualmente fiel em assuntos pequenos não depende de grandes assuntos. Ele pode ou não agir com correção. A principal razão das instituições públicas, leis, e medidas serem tão repugnantes em termos de justiça e humanidade, é que as consciências individuais das pessoas, nos assuntos pequenos da vida ordinária, são habitualmente inescrupulosas. Se então insistirmos na não-resistência em tudo, como um dever, ela será aplicada tanto em assuntos pequenos como em grandes.

E mesmo que alguém ache difícil praticá-la, nós sabemos que foi e pode ser praticada. Ninguém consegue nada a menos que queira e tente. Eu acrescentarei às numerosas ilustrações já mencionadas, algumas outras relacionadas principalmente a negócios individuais, e às chamadas pequenas coisas da vida.

O ESCARNECEDOR REPROVADO E SUPERADO.

Certa vez, o Sr. Deering, ministro puritano, estava em um jantar público, um galante jovem sentou-se no lado oposto da mesa e entre um e outro discurso provocativo, proferiu um juramento profano, quando o Sr. Doering o reprovou grave e nitidamente. O jovem, levando isto como uma afronta, imediatamente lançou um copo de cerveja na face do clérigo. Sem esboçar qualquer reação ao

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insulto, o ministro limpou o rosto, e continuou seu jantar. O jovem cavalheiro retomou seu discurso profano, e o Sr. Deering novamente o reprovou. O jovem, com mais raiva e violência, arremessou outro copo de cerveja na face dele. O Sr. Deering continuou impassível, ainda mostrando seu zelo para a glória de Deus, agindo pacientemente diante do insulto, com mansidão cristã e humilde silêncio. Isto surpreendeu o jovem cavalheiro de tal forma que, levantando-se a mesa, caiu de joelhos, e pedindo perdão ao Sr. Deering declarou que se qualquer pessoa dirigisse insultos semelhantes contra ele, não exitaria em apunhalá-lo. Eis aqui uma elustração prática da máxima do Novo Testamento: "Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem". -- Rom. xii. 21. -- Anônimo.

O ESCRAVO CRISTÃO E SEU INIMIGO.

O seguinte texto foi primeiramente publicado London Christian Observer: --

Um escravo das Indias Ocidentais, originário da África, foi colocado sob os cuidados de uma instrução religiosa, e isso tornou-o singularmente valioso para seu dono, por causa da integridade dele e pela boa conduta em geral. Depois de certo tempo seu amo o promoveu a um cargo elevado na administração de sua propriedade: e em certa ocasião, com o intuito de comprar mais vinte escravos encarregou-o de fazer a seleção, instruindo-o para escolher os que fossem fortes e adequados para se tornarem bons trabalhadores. O homem foi para o mercado de escravos e começou seu escrutínio. Inspecionado a multidão oferecida à venda, ele fixou seus olhos num velho escravo decrépito, e recomendou-o para seu amo. O pobre implorou por aquele favor, quando o negociante propôs que se comprassem vinte, venderia aquele homem por uma pechincha. A compra foi feita adequadamente, e os escravos foram encaminhados para a plantação da fazenda; mas nenhum dos selecionados recebeu metade da atenção e cuidado dedicados ao pobre velho e decrépito africano. O escravo administrador

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conduziu-o para sua própria casa, o pôs em sua própria cama; alimentou-o em sua própria mesa, deu-lhe de beber em sua própria xícara; quando ele sentia frio levava-o para tomar sol, e quando o velho escravo sentia calor, colocava-o debaixo da sombra de uma árvore de cacau. Surpreendido pela atenção que este escravo de confiança dava ao outro escravo, o amo interrogou-o sobre isso. Ele disse, "Você não pode se interessar tanto por esse escravo velho sem alguma razão especial; ele um parente seu? Seu pai?". "Não, senhor", respondeu o escravo, "ele não é meu pai". "Então é um irmão mais velho?". "Não, senhor, ele não é meu irmão!". "Então", perguntou o amo, "Então ele é seu tio, ou algum outro parente?". " Não, senhor, ele não faz parte de minha família, nem mesmo é meu amigo!". "Então", perguntou o amo, "por que é que você mostra tanto interesse por ele?". "Ele é meu inimigo, amo", respondeu o escravo; "ele me vendeu ao traficante de escravos; e minha Bíblia diz que quando meu inimigo tiver fome devo dar-lhe de comer, e que quando tiver sede devo dar-lhe de beber".

COMO SUPERAR O MAL.

"Tive um vizinho que, embora fosse um homem inteligente, veio a mim certo dia, e disse, 'Esquire White, eu quero que você pegue seus gansos e os leve para bem longe'. 'Por que', disse eu, 'o que há de errado com meus gansos?'. 'Eles cutucam as orelhas de meus porcos quando eles estão comendo, e os afugenta, e não estou gostando disso'. 'Que posso fazer?', disse eu. 'Você deve prendê-los'. 'Eu não tenho tempo para fazer isso agora', respondi; 'Não quero saber, tem que tomar providências'. 'Se você não fizer nada, eu faço', disse o sapateiro inteligente com raiva'. 'O que vai fazer, Esq. White?.' 'Eu não posso cuidar deles agora, mas eu o pagarei por todos os danos'. 'Bem', disse ele, 'você acha isso difícil'.

Assim que ele foi embora, ouvi um grito terrível entre os gansos. Depois fiquei sabendo que haviam sumido. Meus filhos saíram e os encontraram terrivelmente mutilados, mortos, e lançados nos arbustos.

'Agora', disse eu, 'depois dessa, vou ter que dar o troco'.

152

Alguns dias depois, os porcos do sapateiro invadiram meu milharal. Eu os vi, mas os deixei ficar lá por bastante tempo. Até que os toquei dalí, e apanhei o milho derrubado que tinham destruído, e joguei na estrada para eles comerem. Foi quando o sapateiro chegou apressado atrás deles.

'Você viu algum dos meus porcos?', disse ele. 'Sim, senhor, você os encontrará ali, comendo um pouco do milho que eles derrubaram em meu campo'. 'Em seu campo?'. 'Sim, senhor', disse eu, 'porcos adoram milho, você sabe -- eles foram feitos para comer'. 'Quanto dano eles causaram?'. 'O, não muito', disse eu.

Bem, até onde pude ver, o dano estimado foi em torno de um alqueire e meio de milho.

'Oh, não', disse eu, 'não pode ser'. 'Sim', disse o sapateiro, 'eu o pagarei, cada centavo de dano'. 'Não', 'respondi', você não me pagará nada. Meus gansos causaram muitos problemas para você'.

O sapateiro se ruborizou, e foi para casa. No próximo inverno, quando nos encontramos, o sapateiro estava determinado a me pagar por meu milho. 'Não', disse eu, 'eu não levarei nada'.

Depois de alguma conversa, nos separamos; mas em um dia ou dois, eu o encontrei na estrada, e iniciou a conversação da maneira mais amigável. Mas quando eu comecei a falar, ele pareceu inquieto, e eu parei. Para um momento ambos permanecemos calados. 'Afinal', disse ele, 'eu tenho algo perturbando minha mente'. "O que?", disse eu. 'Os gansos. Eu matei três de seus gansos, e de lá para cá, nunca tive sossego até dizer para você que eu sinto muito'. 'E, seus olhos se encheram de lágrimas'. 'Oh, bem', disse eu, 'não importa, eu suponho que meus gansos estavam provocando'.

Eu nunca levei qualquer coisa dele por isto; mas sempre que meu gado invadia o campo dele depois disto, ele parecia se mostrar paciente.

'Agora', disse o narrador, 'conquiste você mesmo, e você pode conquistar com bondade aquilo que você não pode conquistar de nenhum outro modo'". -- Anônimo.

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HENRY C. WRIGHT E SEU AGRESSOR.

O seguinte incidente na vida de Henry C. o Wright mostra sua admirável integridade, e a influência saudável da não-resistência no ofensor. Ele estava em um hotel na Filadélfia engajado numa conferência sobre não-resistência. Um oficial presente enfureceu-se e o atacou. O Sr. Wright não fez nenhuma queixa da agressão, mas prosseguiu com sua palestra. Após alguns momentos o oficial o atacou novamente. O amigo Wright manteve seu equilíbrio, e continuou a palestra. Seu agressor o golpeou pela terceira vez, e quase o derrubou. Ele se recuperou, entretanto, muito prejudicado pelos socos do seu oponente, o tomou pela mão e disse, "eu não sinto nenhuma mágoa para com você, e espero vê-lo em minha casa". Ele então deixou a companhia e voltou para casa. Sr. Wright viu seu agressor mais cedo muito que esperava, porque ele foi procurado pelo amanhecer do outro dia, pelo mesmo homem que o tinha atacado na noite anterior. Ele exclamou, quando entrou na casa, "você pode me perdoa? Passei a noite toda agoniado. Pensei em atacá-lo novamente, eu nunca deveria tê-lo atacado". "Aquele que é lento em se enfurecer é melhor que o poderoso; e quem governa seu espírito e melhor do que aquele que toma uma cidade".

"Aquele que, encolhido e sem um gemido,
Suportou a primeira chaga, pode também acabar toda a guerra
Com mero silêncio corajoso, e ir à CONQUISTA". -- Watts.

O JOVEM VITORIOSO.

Eu ouvi o seguinte caso de uma pessoa confiável. Um jovem em Connecticut, de mente e hábitos notavelmente sérios, foi temporariamente empregado em um estabelecimento comercial, onde os demais funcionários eram viciados em bebida alcoólica. O rapaz tinha absorvido princípios de temperança, e embora fosse constantemente convidado negava participar das bebedeiras promovidas pelos seus colegas de trabalho. Ele havia aprendido tais princípios bíblicos sobre não-resistência de seu professor na escola dominical,

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e isso despertou sua mente sobre esse assunto, muito escrupulosamente declarou estar determinado a tentar viver conforme esta grande doutrina Cristã. Três ou quatro dos bebedores mais inveterados na loja, um tanto irritados com tal devoção precoce e escrúpulo de consciência, resolveram humilhar o rapaz, ou pelo menos prová-lo. Eles resolveram segurá-lo e de alguma forma, pela força, derramar rum pela garganta dele. Aproveitando uma oportunidade quando ele estava só na loja com eles, eles o convidaram a beber. Ele recusou. Eles resolveram fazer o que tinham planejado. Ele permaneceu tranqüilo e impassível. Eles o ameaçaram com violência. Ele não esboçou qualquer reação, não ficou bravo, não tentou escapar, mas não evidenciou qualquer disposição para se render; e insistiu que aquilo era mau, que ele não poderia fazer aquilo. Eles levaram o plano a cabo, um homem em cada braço, enquanto um terceiro segurava a garrafa pronto para forçá-la na boca dele. Mesmo imobilizada a vítima permaneceu firme, declarando que nunca os tinha prejudicado, nem os prejudicaria, mas que Deus seria amigo e protetor, apesar do abuso que estavam praticando. O homem que segurava a garrafa fatal, até aquele momento resoluto em seu mau propósito, foi golpeado pela dignidade e pela inocência não-resistente do rapaz e, como ele depois confessou quase em lágrimas, sentiu-se incapaz de levantar sua mão. Duas vezes ele tentou erguer a garrafa para colocá-la na boca do rapaz, mas seu braço recusou obedecer. A única reação do jovem foi seu submisso olhar de protesto; embora sua cabeça ordenasse atacar o rapaz, seus sentimentos com mais força diziam o contrário, e então desistiu, declarando que ele não poderia, nem iria jamais prejudicar aquele inocente, consciencioso, menino de bom coração. Tal é o poder moral. Tal é a força pela qual o mal pode, pelo menos às vezes, ser superado pelo bem.

COLÔNIA DE CRISTÃOS PRÁTICOS.

A narração seguinte é um extrato dos textos de Lydia M. Child. Que não precisa de nenhuma recomendação. Eles

155

expressam os melhores sentimentos da alma, e exalam seu suave perfume.

"Os melhores presentes recebidos pela minha alma em sua peregrinação pelo mundo, com frenquencia, vieram dos mais pobres, tanto em dinheiro como em capacidade intelectual. Entre estes doadores, eu me lembro particularmente de um operário mecânico, sem educação, de Indiana ou Illinois. Ele me falou ele era um dos trinta ou quarenta estadunidenses que, doze anos antes, saíram para se instalar no oeste. Eles eram principalmente vizinhos, e foram atraídos a se unir a um grupo maior que havia se unido em torno de uma base de acordo. Durante alguns anos antes, eles tinham o hábito de se encontrar ocasionalmente nas casas uns dos outros para falar sobre seus deveres para com Deus e para com os homens, com toda simplicidade de coração. A biblioteca deles era o Evangelho, o sacerdote deles era a luz interior. Não havia então nenhuma sociedade anti-escravagismo; mas mesmo assim ensinaram, e reverentemente aprenderam, que não tinham nenhuma necessidade de tal entidade para descobrir seus deveres para com os escravizados. Os esforços das sociedades de paz tinham alcançado sua vertente secular apenas parcialmente; e as sociedades da não-resistência não tiveram nenhuma existência. Mas com a presença do Príncipe de Paz, e com os corações abertos à sua influência, que necessidade tinham eles de preâmbulos e resoluções?

"Ricos na cultura divina, um pequeno grupo foi iniciado no distante oeste. Suas casas viraram jardins florescentes; eles se instalaram bem no meio das florestas. Eles eram industriosos e econômicos, e todas as coisas prosperaram debaixo de suas mãos. Mas logo os lobos se aproximaram na forma de aventureiros sem princípios, os quais, crentes na força e na astúcia, agiam de acordo com suas crenças. A colônia de cristãos práticos reagia contra as depredações na forma do portesto mais suave, e respondia invariavelmente com bondade. Eles foram mais longe -- e anunciaram abertamente, 'Vocês podem nos fazer o mal que quiserem; mas nós o pagaremos com o bem'. Quando os advogados entraram na região oferecendo seus serviços para resolver disputas. Eles responderam, 'Não precisamos de seus serviços. Como vizinhos, recebemos vocês com o espírito mais

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amigável; mas sua profissão para nós não interessa'. 'Mas o que farão se vagabundos safados invadirem vossos celeiros e robarem vossas colheitas?'. 'Nós pagaremos o mal com o bem. Nós acreditamos que esta é a verdade mais elevada, e, portanto, o melhor expediente'.

"Quando os espertalhões ouviram isto, eles consideraram uma piada, e disseram que fariam muitas provocações que lhes pareciam engenhosas. Cercas foram retiradas durante a noite, e as vacas soltas invadiram as plantações de milho. Os cristãos consertaram o dano logo que puderam, e tangeram as vacas para o outro lado da cerca, e ao entardecer retornaram às suas casas calmamente; dizendo, 'Vizinhos, suas vacas invadiram nossas plantações. Elas se alimentaram bem durante o dia, mas eu não poderia mantê-las lá durante toda a noite, para que seus filhotes pudessem se amamentar pela manhã.

"Se pretendiam se divertir, os que planejaram essa brincadeira não tiveram nenhum ambiente para isto. Aos poucos, uma visível mudança começou a ocorrer nos vizinhos problemáticos. Eles deixaram de cortar as pontas dos chifres dos animais e de quebrar as pernas das aves. Os meninos diziam aos irmãos nais novos, 'Não atire esta pedra, Bill! Quando eu matei a galinha na semana passada, eles não reclamaram com nossa mãe, porque eles achavam que o caldo de galinha faria bem para a pobre Maria. Vocês deveriam estar envergonhados de lançar pedras contra as galinhas deles'. Assim, o mal era superado com o bem; até que nenhum mais foi achado que os fizesse sofrer qualquer injúria.

"Os anos se passaram, e prosperaram em termos materiais, enquanto eram amados por todos. Deles, o advogado e o oficial de justiça não obtiveram nada. O xerife gaguejou e se desculpou quando confiscou os bens que eles conquistaram com trabalho duro para pagar o imposto para a guerra. Eles responderam calmamente, 'É um péssimo negócio, amigo. Examine isso à luz da consciência, e veja se não é assim'. Mas enquanto eles recusavam pagar tais taxas e impostos, eles eram liberais em suas contribuições para propósitos úteis e benevolentes.

"Dez anos depois, as terras públicas, que eles tinham escolhido para estabelecer suas fazendas, foram leiloadas. Era considerado que os que tinham resolvido cultivar a terra tinham um direito a um preço,

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mínimo fixado pelo governo que naquele momento era um dólar e um quarto - por acre. Mas a febre de especulação da terra naquela época normalmente elevava o preço. Aventureiros vindos de toda parte eram atraídos para o leilão; e capitalistas vindos de Baltimore, Filadélfia, Nova Iorque, e Boston, enviavam agentes para que comprassem terras no oeste. Ninguém supunha que aquele costume ou patrimônio líquido seria considerado. A primeiro dia venda mostrou que a especulação corria à beira da loucura. A terra era comprada avidamente a dezessete, vinte e cinco, e quarenta dólares um acre. A colônia Cristã tinha pouca esperança de reter sua fazenda. Enquanto primeiros colonos, eles tinham escolhido a melhor terra; e o trabalho perseverante resultou na mais alta produção. Seu valor de mercado era muito maior que os acres já vendidos a preços exorbitantes. Devido a estes fatos, eles tinham preparado suas mentes para outro início no meio da selva, para talvez futuramente cairem em um processo semelhante. Mas na manhã em que o lote deles foi oferecido à venda, eles observaram com surpresa grata, que seus vizinhos estavam em todos lugares ocupados com a multidão, implorando e repreendendo: 'Não leilõem estes terras! Estes homens têm trabalhado duro nelas durante dez anos. Durante todo este tempo eles nunca prejudicaram ninguém. Eles sempre estão prontos para pagar o mal com o bem. Eles são uma bênção a qualquer vizinho. Seria um pecado e uma vergonha leiloar as terras deles. Deixe-os adquiri-las pelo preço mínimo do governo'.

"Chegado o momento da venda; os cultivadores da terra ofereceram um dólar e um quarto, e pretendendo pagar mais se necessário. Mas entre toda aquela multidão de especuladores despreocupados e egoístas, nenhuma pessoa ofereceu um lance mais alto! Sem uma voz adversária, os acres voltaram a seus donos! Eu desconheço um exemplo mais notável do mal superado com o bem. As mentiras da política econômica mais sábia se dobrou diante das máximas de Cristo".


===


O VINGADOR FICOU.

Vou acrescentar mais uma ilustração impressionante, e encerrar. Foi extraída da edição de abril de 1845 de Advocate of Peace, que por sua vez parece tê-la extraido de History of Danish Missions: --

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"A história das missões dinamarquesas na Groenlândia é bem conhecida. Hans Egede, um homem de benevolência e zelo apostólico, foi o pioneiro nos esforços para cristianizar os andarilhos selvagens do norte gelado, e entre seus sucessores, foi seu neto, Hans Egede Sasbye, de cuja agenda interessante nós selecionamos o seguinte conto de uma vingança cuidadosamente planejada, mas que, graciosamente, se transformou em amor pelo poder do evangelho.

"A lei ou ou costumes da Groenlândia exige que todos os homicídios, especialmente se cometidos por um pai, sejam vingados em um parente mais próximo. Cerca de vinte anos antes da chegada dos Saabye, um homem fora assassinado em circunstâncias de grande atrocidade, na presença de seus próprio filho. O menino, de apenas treze anos, era jovem demais para defender seu pai, mas não esqueceu da dívida de vingança a ser paga pelo assassino. Fugindo, para sua própria segurança, para uma parte remota do país, ele não apagou no peito a chama secreta por vinte e cinco anos, esperando apenas uma oportunidade para deixar irromper a vingança plena e feroz. O assassino era um homem de tanta influência e cercado de tantos amigos prontos para a sua defesa, que o filho vingador tinha medo de atacá-lo, mas, depois de ter convencido uma certa quantidade de seus próprios parentes a acompanhá-lo, e descrito detalhadamente o seu propósito de vingança há muito acalentado, vieram em busca de sua vítima, perto da residência de Saabye. As casas na Groenlândia são uma espécie de propriedade comum. O povo fecha-as durante o seu curto verão, para retornar no próximo inverno, para tomar posse de qualquer uma desde que a encontre desocupada. O inverno estava agora a começar a esticar os braços de gelo sobre o norte, mas o vingador não encontrara abrigo para si e seus colaboradores na obra de vingança. Apenas uma casa estava vaga, e que pertencia ao pregador da paz e do perdão, mas Saabye, embora bem informado dos seus propósitos, recebeu-o em sua casa, e tratou-o com sua costumeira cortesia e gentileza. Essa atenção tocou o coração do vingador, ele ficou grato a Saabye, e repetiu suas visitas tão frequentemente, que desculpou-se longamente por sua frequência, dizendo: "Você é tão amável que não posso

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ficar muito tempo longe de você". Decorrido o prazo de várias semanas, ele disse, 'eu gostaria de saber alguma coisa deste grande Senhor do Céu, de quem você tanto fala, e alguns de meus parentes também estão interessados. Saabye atendeu o seu pedido, e encontrou dez ou doze pessoas ansiosas por aprender. Ele enviou um catequista para viver com eles, e estava muito satisfeito com seu progresso, especialmente o do vingador, que muitas vezes deixou a pesca para ouvir a instrução, até que por fim resolveu pedir o batismo.

"No mês de maio, veio a Kunnuk Saabye, e disse: 'Professor, você vai me batizar? Você sabe que eu sou obediente. Eu conheço a Deus. Minha esposa, assim como eu, desejamos nos tornar crentes. 'Sim', respondeu o pregador, 'você sabe alguma coisa de Deus. Você sabe que ele é bom, você vê como ele te ama, e deseja fazê-lo feliz, mas ele deseja também que lhe obedeça.' 'Eu o amo', disse o vingador com sinceridade; eu o obedecerei'. 'Mas', respondeu Saabye, 'se você deseja obedecê-lo, você não deve matar ninguém. Você tem ouvido frequentemente o seu mandamento, 'Não matarás'.

"Kunnuk balançou a cabeça em grande emoção, e apenas disse, meio para si mesmo, 'Dura doutrina; dura doutrina!' - 'Ouça-me, bom Kunnuk', continuou o homem de Deus. 'Eu sei que você veio para vingar o assassinato de seu pai, o que você não deve fazer se você deseja se tornar um crente'. 'Mas', replicou o vingador com um flash de indignação brilhando em seus olhos, 'ele assassinou meu pai, meu próprio pai! Eu vi isso, mas não pude ajudá-lo, e agora tenho de punir o assassino'. - 'Você me decepciona', disse o homem de paz. 'Como?' perguntou o vingador. 'Porque você parece decidido a assassinar'. 'Só quem merece morrer'. -- 'Mas o grande Senhor do Céu diz: Não matarás'. 'Eu não -- só ele' -- 'Mas você não deve matar nem mesmo ele. Esqueceu-se da forma como muitas vezes durante o inverno, você já ouviu esse comando: '... A vingança é minha, eu retribuirei, diz o Senhor' -- 'Mas', perguntou o vingador, 'o assassinato perverso ficará impune?' - 'Não, Deus vai

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puni-lo'. -- 'Quando?' -- 'Talvez neste mundo, mas certamente no dia do juízo, quando se dará a cada um segundo as suas obras' -- 'Isso é muito tempo', respondeu Kunnuk, 'meus compatriotas me condenarão se eu não vingar a morte do meu pai agora'. -- 'Se você não sabe a vontade de Deus, não posso dizer nada, mas agora eu não devo ficar calado'. -- 'Isso é difícil!'. Disse que o vingador. 'O que devo fazer?' -- 'Você não deve matá-lo, você deve perdoá-lo'. -- 'Perdoa-lo!', exclamou o vingador. 'Sua doutrina é muito estranha e difícil'. -- 'A doutrina', disse o pregador, 'não é minha, mas de Cristo'.

"Kunnuk suspirou profundamente, mas não respondeu; Saabye e continuou, 'Talvez o seu pai não era inocente, ele também pode ter matado alguém'. 'Quanto a isso', respondeu Kunnuk, 'Eu não sei. Só sei que esse homem merece morrer'. 'Bem', respondeu Saabye, tentando convencer o vingador, 'Eu tentei. Mate-o, se quiser, mas continuará a ser um incrédulo, e não se surpreenda se os filhos dele um dia procurem matá-lo, por sua vez'. 'Você já não é amável', respondeu o homem de sangue, 'você fala palavras duras'. 'Não, Kunnuk', respondeu o homem de paz, eu ainda te amo, e por isso desejo que não peques contra Deus, que fará justiça, tanto para você como para seu adversário. Saabye virou-se para ir, mas Kunnuk disse-lhe, 'professor, vou falar com meus parentes'.

"Seus parentes a cada dia instigavam Kunnuk para a vingança, e o ameaçava com maldições da sua tribo, e desprezo de seus compatriotas se ele recusasse vingar o pai assassinado. O peito do filho parecia um teatro de emoções conflitantes. A pregador, em suas visitas a ele, percebeu a luta e, sem qualquer aviso de assunto específico, lia partes das Escrituras, e hinos, levava pensamentos de paz e de perdão. Alguns dias depois, Kunnuk visitou o pregador . Seu rosto, seu jeito, indicava uma luta violenta. 'Eu não quero', disse ele, 'eu não quero ouvir -- eu nunca me senti assim antes'. 'O que você vai fazer?', perguntou o pregador. 'às vezes eu o perdôo,

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e às vezes eu nao o perdôo'. 'Quando você diz que não vai perdoar', respondeu Saabye, 'é seu coração não convertido que fala, e quando você diz que vai perdoar, então é o seu melhor coração que fala. Qual deles você vai obedecer?. 'Eu fiquei tão comovido', disse o vingador, 'quando você falou ontem, que meu coração queria obedecer. 'Então, você deveria perdoar', disse Saabye, 'obedecer a voz do vosso Pai celeste em seu coração. É ele que dá a luz do sol e e a chuva aos seus inimigos, bem como aos seus amigos. Pense no seu Salvador, também, e se esforçe para assemelhar-se dele. Alguma vez ele atacou seus inimigos, ou lançou suas maldições sobre suas próprias cabeças? Quando ferido, ele feriu de volta? Quando perseguido de cidade em cidade, ele desejou o mal contra seus perseguidores? Quando levou a cruz como um cordeiro para o abate, ele abriu a boca? Sim, mas foi para orar por seus assassinos: 'Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem'.

"Esse apelo tocou o coração é o vingador; uma lágrima escorreu de seus olhos, e sinceramente, ele respondeu: 'Sim, sim, foi assim, mas ele era melhor do que nós. 'Sim, infinitamente melhor', respondeu Saabye, 'mas, se tivermos uma boa vontade, Deus nos dará força. Mesmo homens como eu e você pode orar por seus assassinos. O pregador então leu o martírio de Estêvão, e Kunnuk, enxugando os olhos, disse: 'Os homens foram maus! mas ele está feliz, ele está certamente com Deus no céu. Meu coração está tão comovido, mas me dê um pouco de tempo, vou pensar e depois voltarei'.

"Logo Kunnuk voltou com um semblante alterado que falava da paz da alegria do seu coração. 'Agora', disse ele, 'Eu sou feliz. Não odeio mais. Eu perdoei, meu coração perverso será silenciado. Você não viu como me comovi quando você leu sobre ele na cruz orando por seus assassinos? Então eu prometi no meu coração que iria perdoar e perdoei. Agora eu espero que eu e minha esposa possamos ser batizados. Sua solicitação foi atendida, e quando chegou o dia da cerimônia, ele fez um relato simples e comovente de sua fé; com lágrimas nos olhos, ele se ajoelhou para o batismo,

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e no encerramento do serviço, ele disse: 'Recebe-me agora como crente, nunca mais odiarei, vamos amar uns aos outros, e todos os homens'. Para o assassino de seu pai, logo depois, enviou uma mensagem, dizendo: 'Eu sou agora um crente; você nada tem a temer'. Ele ainda convidou o assassino para visitar sua casa, e recebeu-o da maneira mais amigável. Convidado para devolver a visita, ele foi sozinho; ao retornar, Kunnuk viu um buraco em seu barco, com a finalidade de afogá-lo. Ele parou perto da água, e disse com um sorriso: "Ah! ele ainda está com medo, mas eu nunca vou machucá-lo. A vingança não é mais minha, mas de Deus, e oro para que ele possa ver os seus pecados como eu vejo os meus próprios'".

CONCLUSÃO.

Quem pode contemplar tais exemplos práticos de não-resistência cristã como estes, sem ficar encantado com a excelência e o encanto desta sublime doutrina! Podemos olhar em derredor e contemplarmos os hospitais cheios de mortos e mutilados, a parada militar enfeitada, a pompa dos comandantes manchados de sangue; ou mesmo os negócios mais ordinários de vida, as brigas, vinganças, ressentimentos, duelos, litígios, e disputas infinitas de um mundo que se apaixonou pela resistência violência; -- como podemos olhar estas coisas sem tristeza e desgosto? Quão rasteiros, desprezíveis, e detestáveis são todos eles, comparados com o heroísmo espiritual, a coragem moral, a abnegação gloriosa, a preservação da vida, o coração reformado, a obra redentora do cristianismo genuíno!

Aqueles que deveriam ser 'a luz do mundo' e 'o sal da terra' deveriam desonrar sua elevada chamada e sujar suas vestes engajando-se nos conflitos da ambição humana, da violência, e da vingança? Deveriam eles beirar o canibalismo, admirando o esplendor da idolatria marcial, e se deleitar nos atos de crueldade mortal! Se elevados com Cristo, não deveriam eles buscar as coisas de Cristo, inalar os perfumes de seu Espírito, seguir seus passos, e tornar sua suprema

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satisfação o fazer a vontade do Pai? Deveriam fugir dos perigos do Gethsemane, olhar com desespero para a cruz não-resistente, ou construir para si mesmos um mundo destrutivo? Como encarariam os leões sem temê-los? Como permaneceriam firmes com as mãos no arado? Como podem reclamar que os deveres de amor são duros, que a não-resistência é impraticável, impossível, ou extremamente difícil; quando seu princípio é tão divino, seu exemplo tão bonito, seus frutos tão refrescantes, e suas realizações tão gloriosas! Por exigir uma disciplina rígida; firme; requerer alguns esforços severos; impor um pouco de resistência varonil; oferecer uma oportunidade para executar algumas façanhas de heroísmo moral; será então sem atrativo às grandes almas? Não, não devemos deixar perecer tal entusiasmo santo e generoso. Fazer algo digno de nossa ascendência divina -- algo merecedor do amor daquele que comprou nossa redenção com lágrimas, gemidos, sangue. Salvar uma vida, resgatar o irmão perdido, para torná-lo um coração santo e feliz, nutrir um espírito abnegado, -- é infinitamente mais merecedor dos cuidados de uma vida inteira de vigílias do que toda riqueza, pompa, e esplendor que os destruidores favoritos do mundo sempre adquiriram pela espada. 'Deus proibe que nos gloriemos em qualquer coisa exceto da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo'.

"How hardly man this lesson learns,
To smile and bless the hand that spuras
To no do blow -- to fed the pain,
But render only love again.
This spirit not to earth is given;
ONE had it -- HE came from heaven.
Reviled, rejected, and betrayed,
No curse he breathed, no plaint be signed,
But when In death's deep pang he sighed,
Payed for his murderers and died." -- Edmiston.

52 comentários:

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