terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Oração da propina ou o verbo do Distrito Federal



Eu roubo, tu roubas, ele rouba, nós roubamos, vós roubais, eles roubam, e o povo otário paga.

Aqui não há nada de novo. Já vimos esse filme muitas vezes. Ao contrário do que acontece, é errado falar em corrupção do PT, do PSDB, do PMDB, do DEM, ou dos políticos em geral. O sistema é corrupto em sua própria natureza. Refiro-me aqui a todo e qualquer sistema político ou econômico onde a forma de organizar a sociedade, o poder de decisão sobre nossas vidas, a educação e o futuro de nossos filhos, a segurança alimentar, e quase tudo o que nos diz respeito, é transferido para outrem.

Isso não pode ser considerado racional, sadio, coerente. Deve ser considerado uma aberração! O homem sadio, física, espiritual e intelectualmente, preferiria morrer a submeter toda sua existência, ou parte dela, ou uma fração que fosse, nas mãos desses vermes engravatados que atendem pelo nome de classe política.

Mas nós fazemos assim. A cada dois anos o ciclo se repete de forma previsível. A sujeira acaba lançada para debaixo dos tapetes municipais, estaduais, federais. "A culpa é do povo que não escolhe bem seus representantes", papagueiam TVs, rádios, jornais, revistas, blogs, tribunais eleitorais. O que é mais uma mentira para meios que sempre foram os porta-vozes de tudo aquilo que é essencialmente falso?

Cada novo anúncio confirma a mentira do anúncio anterior. "É o que você precisava". Cada nova eleição confirma a mentira da eleição anterior. Não demora muito a "festa da democracia!" logo vira "trem da alegria" ou "mar de lama". Enfim, cada nova denúncia de corrupção confirma o óbvio, o sistema é corrupto em sua própria natureza.

Qual a saída? Matá-lo de fome.

Quem o alimenta somos nós. Empresários nunca pagaram absolutamente NADA de impostos! Eles sempre os repassam nos preços de seus produtos e serviços, e quem paga somos nós, o povo. Nós sustentamos tudo em nossos ombros, desde os salários dos 50.000 nomeados sem concurso em Brasília, ou seja, indicados por parlamentares em troca da não fiscalização do executivo, até as propinas que se alternam entre empreiteiras, prestadoras de serviços e políticos.

Use tua imaginação, tua criatividade. Sonegue, sonegue, sonegue. Na pior das hipóteses não seremos cúmplices do sistema. Na melhor das hipóteses, se formos suficientemente numerosos, certamente mataremos essa politicalha imunda de fome.

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