quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Parábola da Vinha







“Certo homem plantou uma vinha, colocou uma cerca ao redor dela, cavou um tanque para prensar as uvas e construiu uma torre. Depois arrendou a vinha a alguns lavradores e foi fazer uma viagem. Na época da colheita, enviou um servo aos lavradores, para receber deles parte do fruto da vinha. Mas eles o agarraram, o espancaram e o mandaram embora de mãos vazias. Então enviou-lhes outro servo; e lhe bateram na cabeça e o humilharam. E enviou ainda outro, o qual mataram. Enviou muitos outros; em alguns bateram, a outros mataram.

Faltava-lhe ainda um para enviar: seu filho amado. Por fim o enviou, dizendo: ‘A meu filho respeitarão’.

Mas os lavradores disseram uns aos outros: ‘Este é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo, e a herança será nossa’. Assim eles o agarraram, o mataram e o lançaram para fora da vinha.

O que fará então o dono da vinha? Virá e matará aqueles lavradores e dará a vinha a outros”. (Marcos 12)


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segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

O Ganso e o Cálice




Muito bem!

Devemos, segundo Cristo, amar o inimigo. Devemos ser cordeiros no meio de lobos, e recolher a espada para não perecer sob a espada.

Mas amar o inimigo significaria estimular a opressão e a injustiça colocando-se de joelhos ante o inimigo? Não é somente a Deus que devemos nos submeter? Somos servos de Deus ou servos de homens sob o domínio do diabo? Certamente devemos ser servos de homens sob o domínio de Deus pois no Reino de Deus não há senhores exceto Êle.

Se somos enviados como cordeiros para o meio de lobos, devemos ser cordeiros armados até os dentes. Nossa natureza cristã é certamente pacífica, por isso somos cordeiros, mas podemos perfeitamente ser transformados em leões se esta for a vontade de Deus, não para oprimir o inocente, mas para massacrar o opressor.

É verdade que aquele que toma a espada por ela perecerá. Quando Cristo pede a Pedro para guardar a espada ele condenou o uso da força defensiva ou estava alertando que aquele não era o momento adequado? O Império Romando (I.R.) tomou a espada pelo poder e pela glória, e pela espada caiu. Para que se cumprisse a profecia alguém teria que tomar da espada contra o I.R. Todo aquele que toma da espada contra inocentes, pela espada tem que perecer.

O uso da espada é vedada, segundo Cristo, para alcançar glória e poder, que só a Ele pertence, mas é livre para o pobre e o oprimido se libertar de todo jugo. A reação violenta contra a primeira violência opressora, pode ser considerada ilegítima pelo clero e por governos humanos que se estabelecem ou se sustentam pela violência, mas é perfeitamente legítima diante de Deus, e no tempo certo, como disse o autor de Eclesiástes.

Aquele momento em que Cristo era preso, não era o momento de sacar da espada.

"Quem toma a espada pela espada perecerá" foi um recado para o I.R, e "guarda tua espada" foi para Pedro, pois o momento de tomar a espada não havia chegado ainda.

A profecia de Cristo cumpriu-se e vem se cumprindo na história. Todo aquele que usa a violência para se impor ante o inocente, para escravizar, explorar, para conquistar glória e poder, pela violência será deposto.

Cedo ou tarde a profecia se cumpre.

É a lei da natureza. É a lei de Deus.

A cada ação há uma reação contrária de igual intensidade.

O I.R. não se desfez por si só, ele foi diluído pela mesma força da espada que o erigiu, não apenas pelo povo oprimido como também pela força da espada de outras nações tão ou mais opressoras.

As bibliotecas cristãs estão cheias de livros pedindo aos crentes para não tomar da espada diante da opressão. Mas esses mesmos livros ou silenciam ou concordam com o monopólio do uso da violência pelo Estado, hoje, quase sempre braço jurídico e armado dos principais opressores do povo, e das grandes corporações do Capital.

Se Cristo condenava totalmente o uso da espada porque foi que Ele ordenou a seus discípulos que as adquirissem? Apenas para se defender de animais ferozes e salteadores?

Se Cristo condenou totalmente o uso da espada, porque os cristãos modernos aprovam o uso da espada pelo Estado? Porque a espada é vedada aos oprimidos e lícita ao Estado, braço armado de opressores e usurpadores dos meios de vida?

Será que esta visão caolha de justiça divina não é mais um ardil de Satanás para prolongar seu domínio sobre a terra? Se a verdade liberta, a verdade é que tomar a espada contra a espada da injustiça (estatal ou não) é não apenas uma opção mas um dever para cada cristão.

Aqueles que tomaram da espada sob a bandeira dos Cruzados o fizeram não para libertar-se do opressor mas para receber favores e obedecer ordens de um Clero e de uma Aristocracia sedentos por aumentar ainda mais seus territórios, glória e poder. Tomaram da espada para ampliar o domínio dos poderosos e ampliar para outros povos sua opressão e injustiça. Os Cruzados assumiram o papel do Anticristo sob a bandeira da Cruz!

A cidade de São Paulo traz até hoje em sua bandeira o ícone do Anticristo, a bandeira cruzada, símbolo da injustiça, opressão, tirania.

Os países colonizados pelos católicos trazem consigo a cultura diabólica dos criadores das cruzadas.

Os países colonizados pelos protestantes trazem consigo a cultura não menos diabólica do Lutero e de Calvino, o primeiro ordenou o massacre da comuna de Münster em favor dos Príncipes Alemães, e o outro abençoou a filosofia da usura e do roubo nos juros, prática que nem mesmo os piores papas tiveram a ousadia de usar.

Se o Anticristo vive hoje, ele vive e reina não apenas nos paises ditos pagãos mas principalmente nos países de herança católica e protestante.

Esse lenga-lenga teológico, baseado numa hermenêutica capenga que suprime do povo oprimido o direito universal da defesa armada contra um estado armado a serviço de opressores e usurpadores da terra e dos meios de vida, foi instituido não pelos escritos proféticos do V.T. nem pelos Evangelhos, nem pelas cartas dos Apóstolos, mas pelos pais da Igreja Institucional que desaguou em Constantino e que se banhou no sangue inocente derramado pelas Cruzadas, pela Inquisição, pelos massacres sistemáticos contra os povos originários da América e da África.

Huss disse ao seu algoz: "Você vai queimar um ganso, mas virá outro que não poderá queimar". Ao contrário do que os protestantes dizem, o ganso invencível profetizado por Huss (ganso em checo) antes de ser queimado na fogueira, não foi Lutero. Ele existiu antes, durante e depois de Huss, na forma de todos os cristãos que sob o comando de Cristo tomam suas espadas para combater, no tempo certo, toda forma de opressão -- estatal ou não -- e de injustiça.

O cisne é o corpo de Jesus Cristo, sua ekklesia, e o Cálice é o símbolo de que TODOS, não apenas alguns, tem direito de beber do cálice do fruto da terra, uma terra livre de tiranos e opressores.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

NOB - Contra o nazismo e o fascismo

Video dedicado a todos os membros da Slovenian NOB (guerrilha de libertação nacional) que perderam suas vidas na luta contra o nazismo, fascismo e traidores da nação Eslava.

sábado, 6 de janeiro de 2007

A Glória deTabor (1420-1437)


A vida em Tabor provavelmente teve uma glória especial, a glória de uma sociedade transfigurada, onde a vida era vivida de uma forma tão exultante que se aproximava da loucura. A comunhão era o acordo diário de milhares de pessoas que cantavam ao ar livre nos campos, onde celebravam vastos encontros religiosos no topo das montanhas, com exércitos retornando da batalha, em triunfo, carregados de pilhagem e empunhando troféus como mobílias luxuosas de cardeais e reis, com multidões dançando pelas ruas, com centenas de milhares de inimigos fugindo por cima do gelo quebradiço, com exércitos marchando ao som de hinos em uníssono, com o rugido dos vagões férreos e das rodas dos canhões, com um cálice dourado, em vez de uma bandeira, acima de suas cabeças. Tabor foi o monte onde Barak e Débora juntaram os anfitriões que aniquilaram Sísera, imortalizado em um dos grandes poemas da Bíblia; mas os taboritas também acreditavam que o Monte Tabor foi também o monte da transfiguração de Cristo, o Monte das Oliveiras onde ele pregou o sermão do apocalipse em Marcos 12 antes de começar sua marcha para a crucificação; e finalmente era a montanha da qual ele ascendeu para o céu. Todas essas coisas simbolizavam a natureza da vida vivida em Tabor.

Platão, São Thomas More, Campanella, Harrington, Bacon, todos tentaram imaginar sociedades nas quais a oportunidade para aquilo que a Igreja originalmente chama de pecado seria severamente inibida, onde seria praticamente impossível aos homens procurarem por bens menores imediatos em vez de um último maior bem. Tabor em seus primeiros anos resolveu o problema da utopia negando isso. Os taboritas foram os primeiros a tentar fundar uma sociedade no princípio de que a liberdade é mãe, não filha da ordem. (extraído de Comunalismo, das Origens ao Século XX, de Kenneth Rexroth)