Partido dos Descontentes: "Não vai ter Copa", e se pá, em vez de eleições burguesas haverá, no lugar delas ou apesar delas, assembleias nas praças. Ditadura militar, ditadura econômica, ditadura burguesa, ou qualquer tipo de ditadura, NUNCA MAIS!
Os Generais do Capitalismo, sob a batuta de Dilma, querem aproveitar a Copa da FIFA no Brasil em 2014 como cortina de fumaça, numa tentativa de esconder o que não pode mais ser oculto aos olhos dos jovens do Brasil e do mundo: os recordes de insatisfação, desigualdade, corrupção e violência policial contra manifestantes, pobres, negros e índios.
Economicamente unido a forças da burguesia e das classes dominantes como Fifa, bancos, corporações, mega empreiteiras, mineradoras, multinacionais, Coca-Cola e similares, cervejarias, e todo arsenal capitalista, e politicamente apoiado por indivíduos como Sarney, Collor, Temer, Maluf, Renan, Kassab, as bancadas evangélica e ruralista, o PT de Lula e Dilma quer injetar no brasileiro o desejo de permanecer dormindo. Historicamente, para manter essa letargia, nada tem sido mais eficaz do que eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, onde o pseudo mundo das aparência através das imagens mergulha a sociedade na sonolência.
Da mesma forma que a classe dominante brasileira teve na década de 70 a ditadura militar como sua grande protetora, paradoxalmente, essa mesma classe encontrou hoje no PT e seus aliados seus mais fiéis escudeiros.
Ora! Dirão, é melhor democracia à ditadura. É claro que sim! Mas não é suficiente. Se hoje, os jovens estão atacando símbolos do capitalismo (concessionárias de autos, bancos, redes de fast-food), e bases de sustentação da democracia burguesa (palácios, parlamentos, quartéis, órgãos de repressão política), não é porque querem um retorno ao odiento passado de torturas e assassinatos promovido pelo Estado autoritário, é porque querem avançar e sair do atual presente de torturas e assassinatos que continuam a todo vapor, desta vez promovido pelo Estado democrático. Se as periferias estão destruindo os meios de transporte não é por prazer nem por capricho, mas pela necessidade urgente que os obriga a fazer isso, dadas as condições de seus meio milhão de presos, saídos dos becos e dos guetos do Brasil, em sua esmagadora maioria. Isso, sem falar das lutas antisindicais que vão sendo reprimidas sobretudo pelos sindicatos.
No caldeirão dos setores mais marginalizados das sociedades em todo o mundo, algo está sendo cozinhado e logo será servido... quente. O levante de junho trouxe consigo o maior sinal de negação dos últimos 50 anos no Brasil. Tais sinais não são exclusivos daqui. Eles estão surgindo em toda parte. Nos movimentos anticapitalistas e antiglobalização. Na Primavera Árabe, em praças desde Sol, em Madri, até Sintagma em Atenas, passando por Tahrir no Cairo. E até mesmo na luta !:12 procura neutralizar as desigualdades na Suíça tais sinais estão presentes.
Tudo isso constitui-se numa recusa à antiga política especializada que dita o modo de organização da sociedade, a arte e a vida cotidiana, às vezes alternada por golpes militares controlados pelo poder do dinheiro, às vezes alternada por eleições ditas democráticas igualmente controladas pelo poder econômico das classes dominantes. A combustão espontânea dos movimentos populares e de juventude sedenta por novos caminhos logo que surge é tratada sob o aspecto criminal. Não tardam a gritar adjetivos para detratá-la: "vândalos infiltrados", "caso de polícia", "destruidores de agências bancárias e lojas", "pichadores de prédios", "queimadores de ônibus", "terroristas", "ignorantes", "analfabetos políticos", "a marcha da insensatez".
Na verdade essa segunda grande nova onda de agitação mundial foi inaugurada em 1968 na França, ressurgindo nos levantes grassroot em Seatle em 1999, e ganhando força nos últimos anos, passando pelo Irã, Egito, pelo e países árabes em geral, sem deixar de contaminar Espanha, Grécia, Turquia, Ucrânia, Filipinas, e o nosso Brasil.