quarta-feira, 2 de março de 2011

[Real News] Relatos de Benghazi Livre, Libia





Transcrição

Jihan Hafiz, jornalista (narradora): Atravessando a fronteira do Egito há um novo país soberano governado pelos revolucionários. Após 42 anos sob o regime do presidente coronel Muammar al-Gaddafi, o povo líbio está em plena revolta e agora está firmemente no controle da parte oriental do país. Na cidade de Benghazi liberada, o reduto da oposição, as pessoas formaram um profundo senso de comunidade. Esta é uma revolução sem líderes e dezenas de milhares de voluntários. As pessoas recebem alimentos doados, alguns vindos dos vizinhos Egito e Tunísia, e os armazenam antes de distribuí-los gratuitamente para a população. As lojas e restaurantes que circundam a cidade agora servem como cozinhas comunitárias para a revolução.

NÃO IDENTIFICADO (tradução da legenda): Eu cozinho todos os dias, às vezes arroz, às vezes, macarrão, kiksou às vezes, às vezes feijão. O gosto é bom e todos estão bem alimentados, graças a Deus.

Hafiz: Jornalistas estrangeiros raramente eram vistos aqui. Agora eles são recebidos com braços abertos e informam livremente. O primeiro jornal independente em Benghazi liberada foi inaugurado após a revolta de 17 de fevereiro que levou à deposição do governo desta cidade.

NÃO IDENTIFICADO (tradução da legenda): Os jornais e revistas não podiam discutir o regime e a liberdade de imprensa era inexistente. Eles eram completamente banidos. Jornalistas que tentavam trabalhar livremente desapareciam. Não apenas eles, mas seus ajudantes e familiares sumiam.

Multidão (tradução da legenda): "Querido Deus!

Hafiz: Mas a libertação do leste da Líbia das garras do regime de Kadhafi pagou um preço pesado. Estima-se mais de 1.000 civis foram mortos quando o regime reagiu ao protesto pacífico com violência extrema. Algumas das imagens que adquirimos são demasiado horríveis para serem retransmitidas. Os hospitais ainda estão abarrotados com pacientes com ferimentos de bala.

Reporter: Depois da violenta batalha pelo controle da cidade oriental de Benghazi, não há mais volta para as pessoas aqui. Você está ouvindo os gritos: "Povo de Zawiyah juntem-se a nós". Eles estão contando com a outras cidades do Ocidente para se juntar a eles em uma luta contra um líder que governou o país durante 42 anos.

Hafiz: A segunda maior cidade da Líbia tornou-se a capital não oficial desta revolta, e milhares de manifestantes continuam se espalhando pelo entorno. Kadafi chamou os manifestantes pró-democracia de "extremistas" e de "membros da Al-Qaeda", mas as pessoas aqui refutam tais alegações como absurdas.

NÃO IDENTIFICADO: Não somos pessoas radicais. Nossos muçulmanos são moderados. Temos certeza de que tudo isso irá inspirar uma série de nações árabes. Tenho certeza que inspirará também as nações muçulmanas. A Líbia vai inspirar o mundo! Líbia vai inspirar o mundo! Líbia! Líbia!

IRMÃS (tradução da legenda): Deus é Grande!

Hafiz: Essas irmãs perderam seu pai quando ele dirigia seu carro no quartel militar de Khadafi. O acidente foi o ponto de viragem na batalha por Benghazi, quando milhares invadiram o prédio, a cidade foi libertada. Eles os chamam de mártires, e a memória de como e por que eles morreram é o combustível desta revolução. A celebração da libertação do leste da Líbia continuou até tarde da noite de sexta-feira, quando as pessoas estavam animadas para saber sobre a revolta dose líbios em outras partes do país. Muitos aqui acreditam que é uma questão de dias antes que a força do poder do povo faça história mais uma vez na última e mais sangrenta revolta árabe da região desde o início do ano. Jihan Hafiz para Real News em Benghazi, na Líbia.

Fim da transcrição

IMPORTANTE: Por favor note que as transcrições do The Real News Network são feitas a partir de um programa. TRNN não pode garantir sua exatidão.

Tradução (google tradutor e revisão) http://taborita.blogspot.com/

[Real News] Libia liberta rejeita intervenção estadunidense

Nas ruas da libertada Benghazi o povo diz NÃO a McCain, Lieberman e a qualquer intervenção dos EUA!

Locutor:
Jihan Hafiz, Benghazi, Líbia: Já se fala da intervenção militar dos EUA na Líbia. Aqui em Benghazi, Líbios rejeitam esmagadoramente esta possibilidade.

NÃO IDENTIFICADO: (tradução da legenda): Você precisa entender que há questões políticas em curso na Líbia agora. Toda a população da Líbia está insistindo contra a intervenção dos EUA ou de qualquer envolvimento de potências estrangeiras na Líbia.

Hafiz: Rebeldes em Benghazi também estão rejeitando pedidos de senadores dos EUA, John McCain e Joe Lieberman para enviar armas aos territórios libertados para combater as forças de Khadafi. Eles insistem que derrotarão as forças de segurança de Muammar al-Gaddafi em Benghazi sem o uso de armas e sem o apoio de um governo estrangeiro. Sua vitória na batalha sangrenta para Benghazi gerou um forte sentimento de unidade e de nação em um país conhecido por divisões tribais.

NÃO IDENTIFICADO: (tradução da legenda): Nem um europeu, nem um militar americano deve intervir no país, mas queremos fazer pressão sobre o regime de Khadafi até que caia. A juventude livre da Líbia, se Deus quiser, derrubará o ditador da Líbia. Nós só queremos que eles ajudem a gente a impedir Gaddafi de trazer mercenários procedentes de outros países Africanos.

Hafiz: Os moradores de Benghazi e líderes criticam aqueles (da Europa à América Latina)que mantiveram boas relações com Kadafi, mesmo após o derramamento de sangue.

TEXTO SOBRE TELA: Berlusconi, seu amigo é um ditador tirano.

NÃO IDENTIFICADO: A América do Sul realmente sabe provavelmente até mais do que o Oriente Médio e Norte da África sobre a ditadura, por isso, aconselho-os a serem realmente cautelosos sobre o que ouvirem de seu líder.

Hafiz: Enquanto isso, os rebeldes celebram uma unidade recém-descoberta com os países árabes. Eles levantaram as bandeiras do Egito, Tunísia e Palestina.

NÃO IDENTIFICADO: (tradução da legenda): Sinto-me orgulhoso. Tenho orgulho de ser egípcio, e eu estou orgulhoso de ser árabe. Levantem, ergam a cabeça! Somos árabes!



TEXTO SOBRE TELA: Apoiamos o povo líbio e a Revolução de 17 fevereiro. Viva a Líbia livre e independente!

Hafiz: Este caminhão proveniente do Egipto está carregado com alimentos doados, 16 toneladas de macarrão, arroz, óleo e açúcar. Inspirado pelas revoltas árabes vizinhas da Egito e da Tunísia, o povo líbio dá aqui as boas vindas a esse comboio de alimentos do Egito.

MULTIDÃO: Os egípcios chegaram!

Hafiz: A Secretária de Estado, Hillary Clinton, expressou preocupação com a escassez de alimentos, mas alimentos ainda estão sendo doados livremente nas ruas, as doações continuam chegando dos vizinhos da Líbia. De Jihan Hafiz para Real News em Benghazi, na Líbia.

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terça-feira, 1 de março de 2011

O Sentido da Vida

Para que agir? Para que empreender o que quer quer seja? E como amar os homens, nesta época conturbada na qual o ama­nhã não é senão uma ameaça!... Tudo isto que começamos, nos­sas ideias que amadurecem, nossas obras vislumbradas, aquele pouco de bem que teríamos podido fazer, não será carregado pe­la tempestade que se prepara?... Por toda parte o terreno treme sob nossos pés, e nosso horizonte vai-se cobrindo de nuvens que não nos serão benéficas.

Ah! Se não fosse preciso temer a revolução da qual se fez um espectro!... Incapaz de imaginar uma sociedade mais detes­tável do que a nossa, tenho pela que a sucederá mais desconfian­ça que temor. Se devesse sofrer com a transformação, consolar-me-ia pensando que os verdugos do dia são as vítimas da vigília e que a expectativa do melhor faria suportar o pior. Mas não é este perigo longínquo que me assombra: vejo um outro, mais perto e sobretudo mais cruel; mais cruel porque não tem qualquer des­culpa, porque é absurdo, porque não pode resultar em bem al­gum: a cada dia pensam-se as probabilidades de guerra do amanhã, e elas, dia-a-dia, tornam-se mais cruéis.

O pensamento retrocede diante de uma catástrofe que apa­rece no pináculo do século como o término do progresso de nos­sa era e contudo, é preciso habituar-se: há vinte anos todas as forças do saber exaurem-se para inventar instrumentos de destrui­ção e dentro em pouco bastarão alguns tipos de canhão para abater um exército; colocam-se em armas, não mais, como antes, mi­lhares de pobres diabos cujo sangue era pago, mas povos inteiros que estão a ponto de se estrangularem mutuamente; rouba-se de­les o tempo (obrigando-os a servir) para roubar-lhes mais segura­mente a vida; a fim de prepará-los para o massacre, atiça-se seu ódio, persuadindo-os de que são odiados; e homens dóceis deixam-se lograr, e logo se verão atirando-se uns sobre os outros, com ferocidade de bestas, turbas furibundas de pacíficos cidadãos a quem uma ordem inábil colocará nas mãos o fuzil, sabe Deus por que ridículo incidente de fronteira ou por que mercantis interes­ses coloniais!...

Marcharão, como ovelhas ao matadouro, mas, sabendo aonde vão, sabendo que deixam suas mulheres, sabendo que seus filhos sofrerão fome, ansiosos e ébrios, pelas sonoras e mentirosas palavras trombetadas em seus ouvidos.

Marcharão sem se rebelar, passivos e resignados, enquanto são a massa e a força, e poderiam, se soubessem entender, estabelecer o bom senso e a fraternidade em lugar das selvagens práticas da diplomacia.

Marcharão, tão enganados, tão iludidos, que acreditarão ser o massacre um dever e pedirão a Deus para abençoar seus apetites sanguinários.

Marcharão, pisoteando as colheitas que semearam, incendiando as cidades que construíram, com cantos de entusias­mo, com gritos de alegria, com músicas de festa. E seus filhos erigirão estátuas àqueles que melhor tiverem massacrado!...

A sorte de toda uma geração depende da hora em que algum fúnebre homem político der o sinal, que será seguido. Sabemos que os melhores de nós serão forçados e que nossa obra será des­truída. Sabemos e trememos de cólera, e nada podemos. Ficamos presos na rede dos gabinetes e das papeladas, cuja destruição pro­vocaria uma agitação por demais violenta. Pertencemos às leis que fizemos para nos proteger e que nos oprimem. Nada somos além de coisas dessa contraditória abstração, o Estado, que torna cada indivíduo escravo em nome da vontade de todos, que toma­dos isoladamente, desejariam exatamente o oposto do que serão obrigados a fazer.

Se a geração que deverá ser sacrificada fosse ao menos ape­nas uma! Mas existem outros interesses em jogo.

Os oradores assalariados, os ambiciosos aproveitadores das más inclinações das multidões e os pobres de espírito, a quem a sonoridade das palavras engana, têm a tal ponto exacerbado os ódios nacionais que a guerra de amanhã colocará em perigo a exis­tência de uma raça: um dos elementos que constituíram o mundo moderno está ameaçado, aquele que será vencido deverá moral­mente desaparecer e, qualquer que seja este, ver-se-á uma força aniquilada — como se, para o bem, houvesse uma a mais! — ver-se-á formar-se uma Europa nova, sobre tais bases, tão injustas, tão brutais, tão sanguinolentas, embrutecida por tão monstruosa mancha, que não pode ser ainda pior do que a de hoje, mais iniqua, mais bárbara e mais violenta.

Assim, cada qual sente pesar sobre si um imenso desencorajamento. Agitamo-nos num caminho sem saída, com fuzis apontados para nós de todos os telhados. Nosso trabalho parece o dos mari­nheiros que executam a última manobra quando o navio começa a afundar. Nossos prazeres assemelham-se aos do condenado a quem se oferece uma iguaria de seu agrado, quinze minutos antes do suplício. A angústia paralisa nosso pensamento, e o mais belo esfor­ço de que seja capaz de calcular, soletrando os vagos discursos dos ministros, alterando o sentido das palavras dos soberanos, mudando as palavras atribuídas aos diplomatas e que os jornais divulgam de­sordenadamente — se será amanhã ou depois de amanhã, este ano ou próximo que nos degolarão. De modo que em vão se buscaria na História uma época mais incerta e mais repleta de angústias... ("O Sentido da Vida", Edouard Rod, páginas 208-213)


Destas linhas resulta que a força está nas mãos daqueles que se perdem por si mesmos, nas mãos de indivíduos isola­dos que compõem a massa, e que a fonte do mal está no Estado. Parece evidente que a contradição entre a consciência e a vida tenha atingido limites que não poderiam ser ultrapas­sados, e nos quais a solução se impõe.

Mas o autor não é deste parecer. Ele vê o caráter trágico da vida humana e, após haver mostrado todo o horror da si­tuação, conclui que a vida humana deve transcorrer neste erro.

Extrato de O Reino de Deus Está em Vós" de Leon Tolstoi


A Líbia está unida numa revolução popular - favor não intervir

























Por Muhammad min Libya

Congratulamo-nos com uma zona de exclusão aérea, mas o sangue dos mártires líbios será desperdiçado se o maldito ocidente se meter em nossa revolução.

Manifestantes líbios no pavilhão de Portugal na praça principal de Benghazi, em 28 de fevereiro de 2011. Foto: Tiago Petinga / EPA

"Dê um beijo de despedida em minha mãe por mim, e diga a ela que seu filho morreu como um herói", disse o meu amigo Ahmed, 26, para a primeira pessoa que  oacudiu depois dele ser baleado em uma rua de Trípoli.

Dois dias depois, meu amigo Ahmed morreu no hospital.

Aquele cara alto, bonito, alegre, inteligente, jovem, intelectual, não existe mais. Nunca mais ele vai responder aos meus telefonemas. O tempo parou em sua conta no Facebook para sempre.

Uma hora antes de Ahmed ser baleado, falei com ele pelo telefone. Estava eufórico. Disse-me que estava na Praça Verde no centro de Trípoli, e que estávamos livres. A péssima qualidade das ligações telefônicas significava que eu não conseguiria comunicar-me outra vez com ele nos próximos dois dias.

Conversando com o melhor amigo de Ahmed, fiquei sabendo da notícia devastadora. Eles estavam prestes a enterrá-lo, disse-me. Eu corri para o cemitério, e cheguei lá logo após o enterro. Encontrei alguns dos nossos amigos. Eles apontaram para um ponto no chão dizendo-me que era onde o corpo de Ahmed estava. Todos se abraçaram e choraram muito.

Este é o tipo de história que você ouve em Tripoli nestes dias. Centenas delas, talvez mesmo milhares. O tipo de histórias que você nunca poderia imaginar em sua porta.

Quando você ouve a história de que uma criança com seis mêses de idade foi assassinada, você espera de todo seu coração que o que al-Islam Khadafi afirma é verdade, que há pouca violência aqui, que a Al-Jazeera inventou a história. Você espera que a tal criança esteja agora dormindo pacificamente nos braços de sua mãe. Quando você ouve que um cara de Tajura foi baleado na cabeça morrendo após dois dias, deixando esposa e filho em luto, você pede a Deus que esse pai de família esteja vivo a brincar com seu filho. Mas as fotos, os vídeos, mostram a verdade fria. Os gritos de horror não precisam de tradução: entes queridos são arrebatados pela morte. Todos os seres humanos compreendem o significado do grito de lamento.

Esta tem sido a vida de Trípoli há algum tempo. É por isso que a cidade é agora chamada de "Cidade Fantasma" por seus habitantes desesperados ao verem manifestantes fugindo da ação da polícia. A cidade sofre um revés, a grande maioria das lojas fecharam, escolas e universidades também fecharam. Apenas algumas lojas vendendo produtos básicos continuam abertas, e mesmo assim apenas por algumas horas por dia.

Mas, apesar deste quadro sombrio de Trípoli, as pessoas têm muita esperança e fé de que estamos a assistir os últimos momentos do regime de Khadafi. Este homem não governa mais a Líbia; é simplesmente um homem com armas voltadas contra o povo.

Seus dois discursos, e de seu filho, não foram mais que ameaças - todos sairam pela culatra e em favor da revolução líbia. tribos líbias de leste a oeste sairam para afirmar a unidade nacional.

No exterior, sua reputação não é melhor. Kadhafi queria assustar o mundo ocidental com uma suposta ameaça de um emirado islâmico. A comunidade internacional respondeu-lhe, impedindo-lhe exílio no estrangeiro, congelando seus bens e levando os crimes de seu regime para o Tribunal Internacional de Justiça, com uma (quase) unanimidade internacional sem precedentes.

Todos os líbios, mesmo a minoria pró-Kadhafi, acredita que é só uma questão de tempo antes que a Líbia recupere sua liberdade. Mas a questão continua a ser assustadora: quantos mártires ainda cairão até que Kadafi saia? Quantas almas ele vai tomar antes que a maldição seja quebrada?

Esse final feliz, porém, é marcado por um medo compartilhado por todos os libios, o temor de uma possível intervenção militar ocidental para acabar com a crise.

Não me interpretem mal. Eu, como a maioria dos líbios, acreditamos que impor uma zona de exclusão aérea, seria um duro golpe contra o regime em vários níveis, cortaria o percurso dos comboios mercenários convocados desde a África, impediria Gaddafi de acessar dinheiro de contrabando e outros ativos, e mais importante, impediria que o regime bombardeasse provas apontadas por muitas tesrtemunhas oculares, inclusive arsenais de armas químicas; algo que iria desencadear uma catástrofe inimaginável, isso sem mencionar a possibilidade de seus aviões efetivamente usarem tais armas.

No entanto, uma coisa parece ter unido os líbios de todos os matizes, qualquer intervenção militar no terreno, por qualquer força estrangeira resultaria - como Abud Al Mustafa Jeleil, o ministro da Justiça e ex-chefe do governo interino agora na oposição, disse - em um recrudecimento na luta ainda maior do que os mercenários tem desencadeado.

Também não sou a favor da possibilidade de um ataque aéreo limitado para alvos específicos. Esta é uma revolução totalmente popular, nosso combustível tem sido o sangue do povo líbio. Os líbios lutavam sozinhos quando os países ocidentais estavam ocupados com outras coisas ignorando a revolução deles, no início. Pois os países ocidentais queriam mesmo era o status quo visando seus interesses na Líbia. É por isso que eu gostaria que a revolução fosse concluída por aqueles que a começaram: o povo da Líbia.

Como os apelos para a intervenção estrangeira crescem, eu gostaria de enviar uma mensagem para os líderes ocidentais: Obama, Cameron, Sarkozy. Esta é uma oportunidade única que caiu em seu colo, é uma chance para vocês melhorarem sua imagem aos olhos dos árabes e muçulmanos. Não se mexam. Todos os seus programas anteriores para que o oriente e o ocidente falharam, e alguns deles fizeram as coisas ficarem ainda piores. Não comecem algo que vocês não podem terminar, não tornem uma revolução popular pura em uma maldição que cairá sobre todos. Não desperdice o sangue que o meu amigo Ahmed derramou por mim.

Vamos apenas viver como vizinhos no mesmo planeta. Quem sabe, eu, como seu vizinho, possa um dia aparecer na sua porta, para alegremente, apertar sua mão.

fonte: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cifamerica/2011/mar/01/libya-revolution-no-fly-zone

tradução: http://taborita.blogspot.com/